Cheiro de Cinema

2019, Suspense, Coréia do Sul, d ireção de Bong Joon-ho, com  Song Kang-Ho, Lee Sun-kyun, Cho Yeo-jeong       Jakson Böttcher, O Jacó, assistido no s ofá, às 23:00      Numa explicação bastante simplista, porém eficaz e condizente com o entendimento popular do termo, um parasita pode ser entendido como um organismo que em associação com outros dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro.      O que o realizador sul-coreano Bong Joon-ho, diretor também do excelente "O Hospedeiro" [2006], retrata neste "Parasite" é justamente o comportamento de um organismo com características de um parasita, contudo inserido-o não num ser biológico vivo, mas sim numa sociedade, num organismo social, ambientado na Coréia do Sul.     Joon-ho apresenta duas famílias com características muito semelhantes entre si, ambas compostas por pai, mãe, filho e filho, porém em condições sociais opostas: uma na pobre

1965, EUA, Faroeste, dirigido por William Witney      Jakson Böttcher, O Jacó, assistido no  Sofá, às 22:00      O americano  Quentin Tarantino é certamente um dos maiores realizadores cinematográficas da atualidade, e recentemente ele indicou os filmes que serviram como inspiração artística para a produção do seu décimo filme, "Era uma Vez em Hollywood", que também segundo ele deve ser a sua última obra para o cinema. E, este "Bandoleiros do Arizona" é um destes dez filmes indicados.     A história de 1965 é um faroeste tradicional, porém algumas reviravoltas do roteiro o tornam um exemplar realmente interessante. Com destaque, o filme começa quando um narrador explica a trajetória do bandido Quantrill, que tem sua atuação reduzida na produção, dando lugar para outros bandidos e mocinhos, que mudam de lado - entre vilão e herói - de acordo como o transcorrer da trama. Outra curiosidade é destino da única personagem mulher da trama - interp

2018, Brasil, Drama, di reção de José Alvarenga Jr, com  Rafaela Mandelli, Milhem Cortaz, Gabriel Contente Assistido por Jakson Böttcher, O Jacó, no sofá às 22:00      Ao passar ou se hospedar no Rio de Janeiro, especialmente nos bairros da região sul tal como Copacabana ou Ipanema, e aguçar os sentidos para tentar entender um pouco da relação entre as pessoas, especialmente entre aquelas de classes sociais diferentes, tais como a relação entre os porteiros e os moradores de um edifício, ao ainda dos clientes com os atendentes de um estabelecimento comercial, vai se perceber um abismo gigantesco.     O exemplo dos porteiros. Eles são majoritariamente advindos do nordeste brasileiro, e são chamados genericamente de "paraíbas". A relação com os moradores dos prédios onde trabalham é esquisita, para se dizer o mínimo. Eles fazem de tudo no condomínio: pegam o lixo e entregam o jornal diário na porta do morador; estacionam e buscam o carro dos donos de d

Brasil, 2017, Faroeste, Dirigido por Erico Rassi, com  Nelson Xavier      Jakson Böttcher, O Jacó Torresmo, às 22:00      Para que um filme possa ser classificado num determinado gênero, por exemplo terror, comédia, drama, certamente é necessário que suas características se encaixem nas mais comuns características de uma determinada categoria, apesar de que muitos críticos da atualidade não gostem deste tipo de enquadramento, talvez pelo motivo que do alto de seus conhecimentos a identificação do filme a um determinado tipo seria um prosaico facilitador para o entendimento dos amadores.     Este brasileiro "Comeback" tem muitas das características comuns do gênero faroeste: uma cidade erma, aparentemente do interior, sem construções modernas, visualmente não rica, com poucas ruas e pessoas vivendo num ambiente tão pouco urbano que poderia ser considerado selvagem; o personagem principal interpretado pelo excelente Nelson Xavier, não se trata de um so

2019, EUA, Dirigido  Quentin Tarantino, com  Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, Margot Robbie        Jakson Böttcher, O Jacó, assistido no Imax   13:00      Quando alguém ouve o nome do diretor, realizador e roteirista norte-americano Quentin Tarantino provavelmente se lembrará da expressão artística que ele é especialista, talvez até mesmo lembrar-se-á de algum ou de vários filmes que ele já participou. Sim, Tarantino é sinônimo de cinema, e devido a forte impressão de suas características em suas obras, talvez até mesmo ele tenha fundado um gênero cinematográfico, o Tarantinismo, ou Tarântico, ou algo assim!     Verdade é que alguns anos atrás ele anunciou que em 2019 lançaria o seu último filme, e que nele contaria a história da famigerada Família Manson , culminando neste "Era Uma Vez em Hollywood". Tal como já demonstrou em outros filmes de sua não tão longa produção, Tarantino não é afeito a criar histórias com rigor histórico, como prova-se em "B

2019, Brasil, Dirigido por  Gabriel Martins, Maurilio Martins, com  Kelly Crifer, Leo Pyrata, Grace Passô, MC Carol      Jakson Böttcher, O Jacó e sua Flor. Assistido no Cine Passeio  às 14:00      Além de todo o ataque a tudo que se possa considerar de humanamente e socialmente positivo que a sociedade brasileira vem sofrendo ultimamente - direitos trabalhistas; direitos das minorias indígenas, raciais, de gênero; ataques ao jornalismo; aos dados científicos e estatísticos; ataque à inteligência; ofensas à história do Brasil - a frente direitista tem na cultura uma frente  especial: o cinema.     Sim, o cinema é considerado uma grande ameaça, visto que é capaz de em imagem e som desvelar as maiores atrocidades das administrações governamentais, além é claro de ser usado como uma eficiente ferramenta de propaganda. Não é possível apagar da história a ação do alemão Joseph Goebbels, que como ministro de Hitler instrumentalizou o cinema alemão para propagandear -

2019,  Brasil, Uruguai, Dinamarca, Noruega, Chile, Suécia, França, Drama, dirigido por  Gabriel Mascaro, com  Dira Paes, Júlio Machado      Jakson Böttcher, O Jacó e sua Flor Cine Passeio, às 20:20      Gabriel Mascaro é um diretor brasileiro especialista em tocar nas feridas. Antes desta última produção de 2019 realizou uma obra prima, "Boi Neon" de [2015], no qual desconstruiu violentamente o papel do homem macho, do homem machista, daquilo que se deve erroneamente esperar de um ser humano do sexo masculino, e agora em 2019 apresenta outra obra controversa, ambientando uma crítica pelo ponto de vista religioso.      Na verdade a história de "Divino Amor" é desenvolvida no futuro, e tem a visão de uma sociedade brasileira que foi dominada por um tipo de grupo de religiosos, e o que ele faz com maestria é justamente tentar construir um mundo que poderia ser considerado ideal por estes religiosos. Por exemplo, o carnaval como conhecemos hoje