Cheiro de Cinema

   O cinema Argentino é sensacional. Sinto falar, repetir e até mesmo pensar, mas o cinema los hermanos é o melhor cinema que temos na América do Sul.     Há exemplares extraordinários e, Kamchatka é um desses.    O nome do filme remete ao local geográfico (cidade? estado?) do nordeste Russo que é representado no jogo argentino TEG (no Brasil conhecido com WAR). O game é jogado no filme pelo filho de uma família que está sendo perseguida pelo regime militar argentino na década de 70. Inclusive, toda a história é "narrada" pelo ponto de vista deste menino que vê sua família fugir e sumir no começo da iniciativa ditatorial da Argentina.    O filme é magnifico. Sensível sem ser dramático. Histórico sem ser documental. Bonito. Inteligente. Tocante. Triste. Olha... Excelente.

   Frequentemente repito que Pedro Almodóvar é o Nelson Rodrigues espanhol e, filmes como este são a prova que estou certo.    Na verdade Almodóvar carrega nos seus filmes um pouco mais de comédia que Nelson Rodrigues, mas o que vos une é conseguir extrair aquilo de pior do ser humano. O pior do ser humano no seu dia-a-dia, nos seus relacionamentos, o pior de sua intimidade... Olha, resumi bem e creio que certinho.    "Os Amantes Passageiros" é bizarro, tal como Almodóvar consegue sempre ser.

Classificação: 2 Narigadas e meia!    O "Moinho e a Cruz" recria um suposto processo criativo do pintor belga  Pieter Bruegel (o Velho, para que pudesse ser diferenciado do seu filho).    Além da beleza estética marcante, o que chama muito atenção é a forma como ele foi filmado, o qual a câmera fica estática em todas as tomadas... Tal como se fossem vários quadros (pintados) superpostos que formariam o quadro final de Bruegel.    As cenas que se passam dentro do moinho são sensacionais, mas, o filme tornasse maçante. Inclusive, não concluí que trata-se da história do calvário de Cristo.

    Se eu fosse iludido - daqueles que se enganam pelas aparências, por exemplo - me encantaria por este filme pelo seu interestelar elenco:  Robert Redford,  Shia LaBeouf,  Susan Sarandon,  Stanley Tucci, Nick Nolte, Terrence Howard, Chris Cooper.    Se eu fosse menos metido e convencido também diria que este elenco ultra galáctico foi pouco explorado pelo filme e também diria que isto foi bom, pois todos estes medalhões fizeram praticamente pequenas pontas no filme, apesar de terem grande importância na história. Participações pequenas foram regra para os mais conhecidos, com exceção do Robert Redeford e também do Shia LaBeouf, que foram de longe os grandes destaques do longa dirigido e estrelado por Redeford.    A história requenta um evento ocorrido lá pelos anos 60. Um crime que ainda sem "solução" começa a ser elucidado e seus executores punidos é revelado através de investigações de um jovem repórter - além do FBI. Uma corrida de um dos acusados que busc

   Ambientado na polonesa Auschwitz (atualmente Oswiecim), um jovem alemão escolhe a histórica cidade para praticar a sua obrigação cível - um ano de trabalho comunitário ou o exército -  e se depara com uma cidade ancorada no seu trágico passado, porém tristemente angustiada por um futuro melhor.

 Isabelle Huppert está impressionante neste filme. De verdade.   Gosto muito de IH. Quando a assisti pela primeira vez no "A Professora de Piano", sabia que estava conhecendo uma das melhores atrizes que veria na minha vida cinematográfica, e, não errei.  Neste "Copacabana" ela interpreta uma péssima (e redimida) mãe. Um esforçado ser humano (um tipo diferente. Louco. Louca). Uma cidadã sofrida e que em sua meia idade agoniza numa França em crise econômica. Uma personagem totalmente questionável, mas uma atuação impecável. Babou sofre e seu desejo pelo Brasil (sim, a nossa terrinha) ameniza a sua dor. Uma ode a falta de perfeição na vida. Um excelente filme.

Classificação: 3 Narigadas!     Wagner Moura e Alice Braga Elysium é um filme brasileiro. Ponto. Ponto final. Ponto final? Tá bom, reabro. Ponto? Tá bom, tá bom... Forcei a barra! Elysium não é um filme brasileiro. Ponto. Ponto fin... Poxa, mas tem tantos brasileiros. Inclusive, atores que recentemente estão no foco do cinema nacional (e também Hollywoodiano). Atores que reconhecidamente são ótimos...  Paradoxo cerebral, my god ! Acho que o sentimento é de carência.  O cinema brasileiro está ruim, e isto não discuto. Exemplos como "Se Puder... Dirija!", " Vendo ou Alugo".,  " Casa da Mãe Joana 2",  " Odeio o Dia dos Namorados",  " O Concurso",  "Minha Mãe é uma Peça", criam um sentimento de perda do cinema nacional que acabamos refletindo em qualquer outra obra que contenha qualquer pontinha de verde amarelismo... Por isso redigo: "Elysium" é um filme brasileiro. Wagne