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Lamb (2021)

A utilidade dos filmes ruins

2.0 Narigadas, Islândia, Polônia, Suécia, 2021

    Já faz bastante tempo que uso uma frase de efeito para tentar me fazer entender sobre um pouco do jeito que exerço a minha cinefilia, e ela explica um sentimento que me move pelo grande mundo do cinema: "um filme somente é bom ou ruim depois de você assisti-lo". Isso quer dizer que mesmo que alguém não indique algum filme, ou algum site ou especialista não classifique positivamente uma obra cinematográfica, ou que ainda o filme não esteja laureado por algum prêmio, mesmo assim se por algum motivo há algum interesse em assisti-lo, ele deve ser assistido. 

    Sim, assista. 

    Isso se deve ao fato de eu considerar que uma das coisas mais importantes para quem curte uma obra artística é o sentimento que este ato vai gerar na pessoa, e como saber qual é a condição da pessoa que vai assistir ao filme, considerando que este é um fator muito relevante para aceitação ou não? Enfim, resumidamente e como seria possível numa frase de poucas palavras: Quer? Assista ao filme!

    Contudo, este ato faz os riscos aumentarem, e consequências não muito positivas podem surgir, inclusive, tive uma sequência delas recentemente.


    Comecei por este Lamb. Um islandês que tem alguns elementos que me atraem: filme se passa numa região bucólica, rural, com uma atriz que gosto muito (Noomi Rapace) e disponível num dos melhores serviços de streaming da atualidade, o Mubi. Mas, apesar de sua boa execução, não gostei nada de seu roteiro, e tive muitas dificuldades para me encantar por qualquer um dos personagens. Enfim, não gostei.

    Na mesma toada assisti The Card Counter: O Jogador (2021), e mais uma vez fui enganado pelo atrativo do ator que gosto, Oscar Isaac, porém neste caso o que mais interessaria seria o mundo dos jogos de cartas e afins, mas isso foi colocado em segundo plano no filme e uma injustificada relação de amizade entre três personagens me irritava em cada uma de suas interações entre si. Enfim, gostei menos ainda que o islandês.

    Na sequência paguei mais de dezoito reais para ver em casa - no Recanto Sabiá - ao Noite Passada em Soho (2021), e depois do filme tentar me enganar com sua frágil trama, visto que adivinhei muito cedo a sua reviravolta principal, fiquei ainda mais chateado que os outros dois que tinha assistido antes.

    Por fim, um filme norueguês podia salvar o ainda em andamento feriado de carnaval, mas depois de Terremoto (2018) a frustação com filmes ruins ainda continuava. 

    Enfim, a máxima que eu criei se comprova, e um filme somente é bom ruim depois de você tê-lo assistido... Mas também não era para ser sempre ruim, né? É, e não é... Enfim, somente um azar momentâneo. Ah, respondendo ao questionamento do subtítulo, os filmes ruins servem para valorizarmos os bons.

Assistido no mubi.com
Disponível em streaming? Verifique aqui 



jacozao.com
Curitiba 2022

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