2017, Brasil, Portugal, Direção de Marcelo Gomes, Drama
Elenco com Júlio Machado, Nuno Lopes, Rômulo Braga
Elenco com Júlio Machado, Nuno Lopes, Rômulo Braga
Jakson Böttcher, O Jacó
Tele Cine Play, às 09:00
No ano de 2017 assisti a este filme infelizmente não no cinema, visto que teria sido mais proveitoso considerando que era o seu ano de estreia, mas apesar deste desvio eu o elegi como o melhor filme de 2017. E agora neste 2020 eu o re-assisti e não me arrependi. Bem pelo contrário!
Uma vez mais lamentei de não tê-lo visto na tela gigante, pois sua fotografia do interior do Brasil é muito bonita, mas desta vez não foi somente este sentimento que me acometeu, e sim ter observado algumas coisas que tinham sido "me passadas" - usando um termo cunhado no magnífico "A Marvada Carne" [1985] -, especialmente o que percebi na sequência final do filme.
É importante reler o texto que contém as impressões que tive quando o vi em 2017, mas o que realmente me chocou foi lembrar da história de que Tiradentes tinha sido um bode-expiatório, ou usando um termo que foi inclusive mencionado no filme, um boi de piranhas.
As piranhas eram os interessados em manter a situação como se encontrava na época, especialmente no que dizia respeito à exploração dos portugueses, mas a novidade foi perceber de que fora a burguesia e a elite socioeconômica daquelas bandas, que insatisfeita com as suas benesses jogaram Joaquim no rio (literalmente no Rio, visto que foi sentenciado na cidade do Rio de Janeiro e executado em 21 de abril de 1792).
Os relatos históricos fazem crer que ele foi considerado um herói por querer livrar o Brasil daquele poderio sangrento e colonizador de Portugal, mas suas motivações pareciam bem mais pessoais, devido as suas frustrações, além de terem sido alimentadas por outros grupos poderosos que tinham também os seus interesses bem além do bem estar do povo brasileiro.
Enfim, o filme é capaz de em poucas horas explicar com incríveis detalhes a formação da índole, do caráter, da cultura, enfim, de como até hoje muitos brasileiros agem. Triste, mas parece realmente verdadeiro.
Uma vez mais lamentei de não tê-lo visto na tela gigante, pois sua fotografia do interior do Brasil é muito bonita, mas desta vez não foi somente este sentimento que me acometeu, e sim ter observado algumas coisas que tinham sido "me passadas" - usando um termo cunhado no magnífico "A Marvada Carne" [1985] -, especialmente o que percebi na sequência final do filme.
É importante reler o texto que contém as impressões que tive quando o vi em 2017, mas o que realmente me chocou foi lembrar da história de que Tiradentes tinha sido um bode-expiatório, ou usando um termo que foi inclusive mencionado no filme, um boi de piranhas.
As piranhas eram os interessados em manter a situação como se encontrava na época, especialmente no que dizia respeito à exploração dos portugueses, mas a novidade foi perceber de que fora a burguesia e a elite socioeconômica daquelas bandas, que insatisfeita com as suas benesses jogaram Joaquim no rio (literalmente no Rio, visto que foi sentenciado na cidade do Rio de Janeiro e executado em 21 de abril de 1792).
Os relatos históricos fazem crer que ele foi considerado um herói por querer livrar o Brasil daquele poderio sangrento e colonizador de Portugal, mas suas motivações pareciam bem mais pessoais, devido as suas frustrações, além de terem sido alimentadas por outros grupos poderosos que tinham também os seus interesses bem além do bem estar do povo brasileiro.
Enfim, o filme é capaz de em poucas horas explicar com incríveis detalhes a formação da índole, do caráter, da cultura, enfim, de como até hoje muitos brasileiros agem. Triste, mas parece realmente verdadeiro.
Classificação: Cinco Narigadas!
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