Lançamento 2017
Direção de Marcelo Gomes
Elenco com Júlio Machado, Nuno Lopes, Rômulo Braga
Biografia
Brasil, Portugal
Direção de Marcelo Gomes
Elenco com Júlio Machado, Nuno Lopes, Rômulo Braga
Biografia
Brasil, Portugal
Jakson Böttcher, O Jacó
Sofá, às 22:00
Sempre tenho a impressão que o brasileiro conta a sua história, a história da criação da nossa sociedade, da nossa identidade, do nosso pais, sempre de uma forma que nos menospreza, que nos diminuí, que sempre enxerga o pior de tudo, que não valoriza os méritos das ações... Enfim, não discutirei a origem e as motivações deste tipo de comportamento, mas certamente o fazemos com maestria, e um ótimo exemplo vemos neste "Joaquim", um retrato da biografia de um "herói" nacional: Tiradentes, o líder da Inconfidência Mineira.
Nossos livros de história - pelo menos aqueles que educaram o editor deste caderno de cinema - sempre posicionaram Tiradentes no hall dos heróis nacionais, mas, sempre também informaram que suas motivações eram menos sociais do que pessoais, e que devido às suas frustrações pessoais e profissionais ele rebelou-se contra a coroa portuguesa. E é neste sentido que esta produção Brasil-Portugal segue contando a sua história.
O que impressiona no filme é a sua estética extremamente suja, tal como deveriam ser os habitantes brasileiros que viviam no fim dos anos de 1700 no interior do país - no filme, nas Minas Gerais. Além da sujeira física, o caráter daquelas pessoas era ainda menos limpo, no qual os subornos por poder, a agressão aos mais pobres e de "raças" diferentes, a falta de respeito na relação com as pessoas, traições nos acordos, os roubos, as enganações, enfim, tudo aquilo que "fundamentou" a nossa sociedade e que foi "aprimorado" no decorrer dos anos, está lá, bem explicadinho. Dá até nojo!
Além de Tiradentes, outros personagens que são apresentados no filme e que são infelizmente mas obviamente pouco explorados, marcam a produção indelevelmente: a Preta é surpreendente! A atuação da atriz portuguesa Isabél Zuaa é tão impactante, que mesmo quando da sua ausência durante a projeção, há uma presença onipresente de sua personagem; o índio o e negro que seguem na expedição mal-fadada de Joaquim representam o brasileiro nativo e também aquele que foi arrancado de sua terra natal e trazido para ser explorado, mas que apesar de "presos", exercitam sua existência de forma muito marcante; a produção também apresenta os portugueses que trabalham para a Coroa Portuguesa e que somente querem o seu quinto e provocam a derrama dos habitantes que tentam trabalhar honestamente.
Todavia, o ponto alto é a ação e atuação de Joaquim, o homem que frustado com tudo e com todos, encontra nas ideias iluministas dos intelectuais franceses a sua válvula de escape, originando um levante que chama atenção dos colonizadores portugueses, mas, que como não poderia falhar na história brasileira, é massacrado e injustiçado, e que apesar de apenas um dos integrantes desta rebelião, chamada de a Inconfidência Mineira, é o único a ser punido, com seu corpo estraçalhado e sua cabeça decapitada.
"Joaquim", esta produção de 2017 espanta por conseguir em menos de duas horas conseguir contar os fundamentos de criação de um Brasil que em mil setecentos e pouco ainda engatinhava, mas que evoluiu e tornou-se a merda de país que vivemos hoje.
Nossos livros de história - pelo menos aqueles que educaram o editor deste caderno de cinema - sempre posicionaram Tiradentes no hall dos heróis nacionais, mas, sempre também informaram que suas motivações eram menos sociais do que pessoais, e que devido às suas frustrações pessoais e profissionais ele rebelou-se contra a coroa portuguesa. E é neste sentido que esta produção Brasil-Portugal segue contando a sua história.
O que impressiona no filme é a sua estética extremamente suja, tal como deveriam ser os habitantes brasileiros que viviam no fim dos anos de 1700 no interior do país - no filme, nas Minas Gerais. Além da sujeira física, o caráter daquelas pessoas era ainda menos limpo, no qual os subornos por poder, a agressão aos mais pobres e de "raças" diferentes, a falta de respeito na relação com as pessoas, traições nos acordos, os roubos, as enganações, enfim, tudo aquilo que "fundamentou" a nossa sociedade e que foi "aprimorado" no decorrer dos anos, está lá, bem explicadinho. Dá até nojo!
Além de Tiradentes, outros personagens que são apresentados no filme e que são infelizmente mas obviamente pouco explorados, marcam a produção indelevelmente: a Preta é surpreendente! A atuação da atriz portuguesa Isabél Zuaa é tão impactante, que mesmo quando da sua ausência durante a projeção, há uma presença onipresente de sua personagem; o índio o e negro que seguem na expedição mal-fadada de Joaquim representam o brasileiro nativo e também aquele que foi arrancado de sua terra natal e trazido para ser explorado, mas que apesar de "presos", exercitam sua existência de forma muito marcante; a produção também apresenta os portugueses que trabalham para a Coroa Portuguesa e que somente querem o seu quinto e provocam a derrama dos habitantes que tentam trabalhar honestamente.
Todavia, o ponto alto é a ação e atuação de Joaquim, o homem que frustado com tudo e com todos, encontra nas ideias iluministas dos intelectuais franceses a sua válvula de escape, originando um levante que chama atenção dos colonizadores portugueses, mas, que como não poderia falhar na história brasileira, é massacrado e injustiçado, e que apesar de apenas um dos integrantes desta rebelião, chamada de a Inconfidência Mineira, é o único a ser punido, com seu corpo estraçalhado e sua cabeça decapitada.
"Joaquim", esta produção de 2017 espanta por conseguir em menos de duas horas conseguir contar os fundamentos de criação de um Brasil que em mil setecentos e pouco ainda engatinhava, mas que evoluiu e tornou-se a merda de país que vivemos hoje.
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