Pular para o conteúdo principal

Filme (4.0): "Heli", 2014, 2019, México, Alemanha, Holanda, França


2014, Drama, México, Alemanha, Holanda, França
Direção de Amat Escalante
Elenco com Armando Espitia, Andrea Vergara, Juan Eduardo Palacios

    Jakson Böttcher, O Jacó
Sofá, às 10:00

     Ainda na toada do renomado Festival de Cannes que premiou dois filmes brasileiros na edição de 2019 e seguindo o proposto de curtir a maior quantidade de filmes possíveis já contemplados na festa do cinema francês, e antes da estreia do brasileiro "Bacurau" previsto para 29 de agosto de 2019, este caderno de cinema assistiu e curtiu muito ao franco-mexicano-germânico-holandês "Heli", vencedor do prêmio de Melhor Diretor em 2014.

    "Heli" não é um filme fácil. Na verdade ele começa com uma sequência de cenas com um visual extremamente violento, e no seu decorrer aquele início vai sendo explicado vagarosamente, ambientado numa região desértica do México.

    As relações entre os personagens, especialmente do filho com o pai e com a irmã são realmente ternas e carregadas de um genuíno amor, diferentemente do que se vê na relação da irmã com o seu namorado e também de uma certa indiferença na relação do casal, composto pelo filho e sua esposa. Esta relações explicam muito do que ocorrerá durante o filme, especialmente dos momentos de maior choque e emoção. Sim, são as quebras destas relações que movem o filme.

    O pano de fundo, que é tipicamente desejado e adorado pelos curadores do festival de Cannes que sempre premiam filmes que tangenciam a realidade dos países onde são produzidos, é um México violento, politicamente hipócrita e humanamente bem definido. Fica claro para o espectador que aquelas relações humanas de fraternidade, paternidade, amor juvenil e matrimonial são influenciadas por aquela árida realidade, que machuca e dificulta.

    "Heli" é realmente duro, mas como gostam de mostrar em Cannes, é a realidade.
Classificação: Quatro Narigadas!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Simplesmente ser!

O Reencontro. Outro conto curto.     Novamente este caderno de cinema vai diversificar o seu conteúdo, e mais uma vez um conto curto é apresentado aqui no lugar de uma resenha cinematográfica, porém, desta vez ligeiramente diferente do conto anterior.     A proposta agora é que se faça a leitura do conto, e quando surgir na postagem o vídeo da música da Carminho, ela deve ser escutada com cuidado e atenção, para que depois a leitura se complete. Combinado feito, segue o texto, o conto curto. Litro era um rapaz ansioso. Tudo o que se dedicava a fazer era complexamente decidido por uma sequência confusa de pensamentos, e que não raramente resultavam em poucas ações efetivas. Contudo, ele gostava muito de algumas coisas, e para elas seu raciocínio era rápido e poucas vezes errava: nadar e viver naquela cidade onde nasceu eram as ações mais assertivas. Ele gostava mesmo.     Odionta era decidida. Não daquele tipo mandona ou carrancuda, mas simplesmente suas decisões costumeiramente eram

Lamb (2021)

A utilidade dos filmes ruins 2.0 Narigadas, Islândia, Polônia, Suécia , 2021     Já faz bastante tempo que uso uma frase de efeito para tentar me fazer entender sobre um pouco do jeito que exerço a minha cinefilia, e ela explica um sentimento que me move pelo grande mundo do cinema: "um filme somente é bom ou ruim depois de você assisti-lo". Isso quer dizer que mesmo que alguém não indique algum filme, ou algum site ou especialista não classifique positivamente uma obra cinematográfica, ou que ainda o filme não esteja laureado por algum prêmio, mesmo assim se por algum motivo há algum interesse em assisti-lo, ele deve ser assistido.      Sim, assista.      Isso se deve ao fato de eu considerar que uma das coisas mais importantes para quem curte uma obra artística é o sentimento que este ato vai gerar na pessoa, e como saber qual é a condição da pessoa que vai assistir ao filme, considerando que este é um fator muito relevante para aceitação ou não? Enfim, resumidamente e como

Melhores Filmes 2023!

E o Brasil venceu! Novamente! O Acidente, Carvão e Raquel 1:1     O ano de 2023 foi um ano intenso!     Aqui neste blog nós assistimos a menos filmes do que esperávamos, mas a qualidade foi muito boa, e neste caso a quantidade se torna irrelevante.     Os melhores filmes foram 3 produções brasileiras, e a lista completa de todas as produções curtidas em 2023 segue abaixo, em ordem de preferência dos editores deste caderno de cinema.  Segue a lista em ordem de preferência! [5.0] Carvão , 2022, Argentina , Brasil [5.0] O Acidente, 2018, Brasil [5.0] Raquel 1:1, 2023, Brasil [5.0] Festa de Família, 1998, Dinamarca , Suécia [5.0] A Última Rainha , 2023, França , Argélia , Arabia Saudita, Taiwan , Catar [5.0] Lámen Shop, 2018, Cingapura , Japão, França [5.0] Mato Seco em Chamas, 2022, Brasil, Portugal [5.0] Retratos Fantasmas, 2022, Brasil [4.5] Disco Boy, 2022, França, Itália, Bélgica, Polônia [4.5] Homem Morto - Dead Man, 1995, EUA, Alemanha, Japão [4.5] Golda - A Mulher de Uma Nação , 20