Filme (5.0): "Isso não é um Enterro, é uma Ressurreição", África do Sul, Itália, Lesoto, Assistido 2020, Estreia 2020

África do Sul, Itália, Lesoto, 2020
Direção de Lemohang Jeremiah Mosese
Elenco com Jerry Mofokeng, Mary Twala
Drama

    Jakson Böttcher, O Jacó

Sofá, às 22:00

     No modo de vida consumista que vivemos, no qual sempre há a expectativa de sempre ganhar mais, ter mais, gastar mais, usufruir mais, acumular mais, o sentimento de infinitude parece emanar por entre nós, contudo se a racionalidade der suas caras, ao menos que minimamente, é possível perceber que valerá a lei de Lavoisier: "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".

    No caso e no filme em questão, o modo de vida de uma tribo na África, junto da sua cultura, junto da sua religiosidade, junto de seu povo, de seus familiares vivos e lá enterrados, será transformada numa hidroelétrica para que uma outra comunidade, um outro emaranhado de pessoas possam continuar a aumentar o seu consumo, de modo que haja recursos para a manutenção do modo de vida de uma grande cidade.

    Isso quer dizer que para aquele que queira trocar o seu carro de alguns anos atrás por um carro novo, além da diferença monetária que será despendida, talvez um corpo humano, uma árvore, uma vila, uma cidade, uma cultura inteira será exterminada para que tal troca seja possível. Talvez.

    Enfim, o filme não trás uma solução para este problema, que aqui neste texto foi maquiavelicamente jogado também sem uma chance de resposta, mas certamente marcando um culpado, mas com uma destreza artística impressionante deixa muito claro quem é que perde neste ciclo consumista. 

Classificação: Cinco Narigadas!