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Filme (5.0): "A Vingança de Manon", Suiça, França, Itália, Assistido 2020, Estreia 1986

Direção: Claude Berri
Elenco:  Ticky Holgado, Margarita Lozano, Marc Betton


    Jakson Böttcher, O Jacó e sua Flor
Torresmo, às 22:00

     Na semana que passou este caderno de cinema apresentou ao filme "Jean de Florette", a primeira parte desta produção que se encerra neste "A Vingança de Manon", e como formalmente são dois filmes, mas na prática trata-se de uma história única, um pro forma obrigou duas publicações, mas na prática são publicações iguais. É a vida!

      Enfim, o texto abaixo é o mesmo do filme anterior.
    
    Recentemente neste caderno de cinema começaram a surgir alguns textos escritos em primeira pessoa, e esta mudança se deu especialmente pela percepção dos editores de que é muito mais acalentador, uma forma de tentar expressar aquilo que se sente, aquilo que sentiu durante e depois do filme curtido. 

    Certamente tal intento se deve ao fato destas pessoas que escrevem por aqui não serem escritores profissionais, e sem dúvidas não há intenção de que se imagine algo equivalente, logo, mudar a forma de escrever pode ter sido um caminho mais curto, notadamente quando faltam as palavras corretas, as artimanhas mais perspicazes, típicas do profissional da escrita.

    Esta introdução se faz necessária, pois este texto tentará expressar um pouco daquilo que foi sentido por quem assistiu ao filme – no caso, aos filmes, e este plural será explicado em breve – pois sim, sim, estas duas produções dirigidas pelo francês Claude Berri são filmes que fazem os sentimentos brotarem.

    Expressar sentimentos não é tão fácil quanto parece. Na vida real, por exemplo, suponho que o medo à rejeição seja um dos principais inibidores da expressão da realidade dos sentimentos, ou seja, o medo de não ser aceito, o medo de não ter o amor correspondido, o medo do medo não ser compreendido. 

    Na ficção, nas artes audiovisuais a dificuldade se dá pois além da necessidade de se ter uma boa história, é imperativo que se tenha bons atores e intérpretes, além, é claro de uma produção inteiramente mais cuidadosa, pois é fácil despencar para os clichês chorosos, daqueles dramas exagerados.

    Pois bem, estes dois filmes – sim, Jean de Florette é a primeira parte, ou seja, o primeiro filme, e a Vigança de Manon é o segundo, a segunda parte – são dois dramas, que contam histórias de traição, de morte, de sofrimento, de amor, de amizade, de família, e que se enquadram nos registros de sem dúvidas umas das melhores produções dramáticas do cinema contemporâneo.

    A história reserva algumas surpresas, que talvez não sejam tão imprevisíveis, visto que a realidade dos dramas também é assim, clichês das histórias de vida das pessoas que realmente existem. As interpretações são extraordinárias, com notório destaque para a atuação de Daniel Auteuil – o Ugolin. Este é disparado é o personagem principal da trama, que tem destaque nas duas partes da história, cujo arco dramático, do começo ao fim é muito crível, e que a partir da atuação de Daniel, transforma o personagem num ser complexo, que sofre, que age, que ama. É realmente extraordinário.
    
    Além da trama e da atuação, o filme ainda tem uma fotografia belíssima, que sem exageros é pano de fundo para o todo transcorrer daquela incrível e crível história.

    Enfim, uma obra de arte.
 
Classificação: Cinco Narigadas!

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