Pular para o conteúdo principal

Filme (5.0): "O Sol Enganador", França, Russia, Assistido 2020, Estreia 1994


1994, Histórico, Guerra, França, Russia
Direção, Roteiro e Protagonismo de Nikita Mikhalkov
Elenco com Nikita Mikhalkov, Oleg Menshikov, Ingeborga Dapkunaite

    Jakson Böttcher, O Jacó
Belas Artes à La Carte, às 23:00

     Depois de várias dezenas de filmes assistidos nesta quarentena forçada devido ao COVID19, finalmente assisti à melhor obra do ano, este franco-russo que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1995 e também o Festival de Cannes, que é estrelado, escrito e dirigido por Nikita Mikhalkov, pai da pequena Nadya, a atriz mirim que junto dele tornam o filme um dos melhores exemplares de carinho e delicadeza que eu já vi no cinema.

     A história contada se passa num único dia no ano de 1936, e tem como pano de fundo a dura opressão do georgiano Josef Stalin numa União Soviética povoada por pessoas que amam sua pátria, mas que tentam viver normalmente naquele país que protagonizaria uma das revoluções históricas mais importantes da humanidade moderna.

    Contudo, envolto neste complicado contexto político, social e ideológico da antiga URSS, o que o filme de Nikita apresenta é de uma delicadeza impressionante, certamente graças a atuação e interação de sua filha (filha biológica de verdade e também como personagem do filme) com ele, Nikita, e com os demais personagens. 

     Talvez a forma iluminada e alegre do filme seja justamente pelo fato de ele ser quase que todo mostrado pelo ponto de vista da pequena Nadya, e mesmo os momentos de maior tensão e drama, tal como a sequência final do carro, são filmados de forma delicada, alegre, bonita e até mesmo impressionantemente leve. 

    Enfim, se a história de Stalin e da antiga União Soviética não é aprofundada no filme, sem dúvidas a produção vale pela delicadeza de Nadya.

     Ah, ao procurar mais obras deste diretor russo, me deparei com uma surpresa! Dentre muitos comentários no mundo ciné; filo cinematográfico, surgiu uma indicação para um outro filme de Nikita "Urga: Uma Paixão no Fim do Mundo", e relembrei que já tinha curtido - e muito! - esta obra em 2015. Uma grata surpresa.

     Inclusive, e apesar destes dois filmes dirigidos por Nikita serem muito, mas muito diferentes, o que me atraiu em cada um deles foi exatamente a mesma coisa: o carinho e delicadeza que Nikita revela nas relações familiares, nas relações com as pessoas. 

     Bora procurar mais obras dele?
Classificação: Cinco Narigadas!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Simplesmente ser!

O Reencontro. Outro conto curto.     Novamente este caderno de cinema vai diversificar o seu conteúdo, e mais uma vez um conto curto é apresentado aqui no lugar de uma resenha cinematográfica, porém, desta vez ligeiramente diferente do conto anterior.     A proposta agora é que se faça a leitura do conto, e quando surgir na postagem o vídeo da música da Carminho, ela deve ser escutada com cuidado e atenção, para que depois a leitura se complete. Combinado feito, segue o texto, o conto curto. Litro era um rapaz ansioso. Tudo o que se dedicava a fazer era complexamente decidido por uma sequência confusa de pensamentos, e que não raramente resultavam em poucas ações efetivas. Contudo, ele gostava muito de algumas coisas, e para elas seu raciocínio era rápido e poucas vezes errava: nadar e viver naquela cidade onde nasceu eram as ações mais assertivas. Ele gostava mesmo.     Odionta era decidida. Não daquele tipo mandona ou carrancuda, mas simplesmente suas decisões costumeiramente eram

Lamb (2021)

A utilidade dos filmes ruins 2.0 Narigadas, Islândia, Polônia, Suécia , 2021     Já faz bastante tempo que uso uma frase de efeito para tentar me fazer entender sobre um pouco do jeito que exerço a minha cinefilia, e ela explica um sentimento que me move pelo grande mundo do cinema: "um filme somente é bom ou ruim depois de você assisti-lo". Isso quer dizer que mesmo que alguém não indique algum filme, ou algum site ou especialista não classifique positivamente uma obra cinematográfica, ou que ainda o filme não esteja laureado por algum prêmio, mesmo assim se por algum motivo há algum interesse em assisti-lo, ele deve ser assistido.      Sim, assista.      Isso se deve ao fato de eu considerar que uma das coisas mais importantes para quem curte uma obra artística é o sentimento que este ato vai gerar na pessoa, e como saber qual é a condição da pessoa que vai assistir ao filme, considerando que este é um fator muito relevante para aceitação ou não? Enfim, resumidamente e como

Melhores Filmes 2023!

E o Brasil venceu! Novamente! O Acidente, Carvão e Raquel 1:1     O ano de 2023 foi um ano intenso!     Aqui neste blog nós assistimos a menos filmes do que esperávamos, mas a qualidade foi muito boa, e neste caso a quantidade se torna irrelevante.     Os melhores filmes foram 3 produções brasileiras, e a lista completa de todas as produções curtidas em 2023 segue abaixo, em ordem de preferência dos editores deste caderno de cinema.  Segue a lista em ordem de preferência! [5.0] Carvão , 2022, Argentina , Brasil [5.0] O Acidente, 2018, Brasil [5.0] Raquel 1:1, 2023, Brasil [5.0] Festa de Família, 1998, Dinamarca , Suécia [5.0] A Última Rainha , 2023, França , Argélia , Arabia Saudita, Taiwan , Catar [5.0] Lámen Shop, 2018, Cingapura , Japão, França [5.0] Mato Seco em Chamas, 2022, Brasil, Portugal [5.0] Retratos Fantasmas, 2022, Brasil [4.5] Disco Boy, 2022, França, Itália, Bélgica, Polônia [4.5] Homem Morto - Dead Man, 1995, EUA, Alemanha, Japão [4.5] Golda - A Mulher de Uma Nação , 20