1997, Irã, França, Direção de Abbas Kiarostami
Elenco com Homayoun Ershadi, Ahdolrahman Bagheri, Safar Ali Moradi
Elenco com Homayoun Ershadi, Ahdolrahman Bagheri, Safar Ali Moradi
Jakson Böttcher, O Jacó
TeleCine, às 18:00
Em meados do ano de 2013 eu assisti ao filme "O Vento Nos Levará" do diretor iraniano Abbas Kiarostami, mas não sou capaz de me lembrar dos motivos - ou do motivo - que me levou a tal feito, mas certamento posso dizer que inesquecível foi a experiência cinematográfica. E isso ocorreu pois vários anos depois eu consigo sentir o que senti na época, e relembrei este sentimento recentemente depois de ver este "Gosto de Cereja", filme que na época me recordo de não conseguir encontrá-lo.
Neste filme de 1997, visto que o "Vento Nos Levará" é de 1999, fui engolido pela agonia. O personagem principal busca uma pessoa para ajudá-lo num, digamos, audacioso projeto, mas precisa convencê-los, precisa contra-argumentar com eles, que sistematicamente se recusam, mesmo em troca de uma grande quantia em dinheiro.
A cada novo personagem que entrava no carro do senhor Badii, a cada conversa, a cada momento de reflexão, no espectador vai aumentando o sentimento de incomodação, de deslocamento da realidade, de angústia. A agrura acentua-se tanto, que o sentimento que prosperou em mim foi quase de um terror muito terrível: a cado minuto do filme era eu quem entrava naquele buraco; era sobre mim que vinte pazadas de terra caiam; era eu que não esticava mão ao amanhecer... E pior, o motivo para tudo aquilo não fora declarado, eu não sabia e nem saberia as razões para aquilo que aconteceria, que acontecia.
Enfim, "Gosto de Cereja" não é filme de entendimento, de racionalidade, mas sim de sentimento, e se era essa o intento de Abbas, ele alcançou com maestria, mas se não era, bem, dane-se, pois neste caso eu teria alçado algo realmente inédito.
Neste filme de 1997, visto que o "Vento Nos Levará" é de 1999, fui engolido pela agonia. O personagem principal busca uma pessoa para ajudá-lo num, digamos, audacioso projeto, mas precisa convencê-los, precisa contra-argumentar com eles, que sistematicamente se recusam, mesmo em troca de uma grande quantia em dinheiro.
A cada novo personagem que entrava no carro do senhor Badii, a cada conversa, a cada momento de reflexão, no espectador vai aumentando o sentimento de incomodação, de deslocamento da realidade, de angústia. A agrura acentua-se tanto, que o sentimento que prosperou em mim foi quase de um terror muito terrível: a cado minuto do filme era eu quem entrava naquele buraco; era sobre mim que vinte pazadas de terra caiam; era eu que não esticava mão ao amanhecer... E pior, o motivo para tudo aquilo não fora declarado, eu não sabia e nem saberia as razões para aquilo que aconteceria, que acontecia.
Enfim, "Gosto de Cereja" não é filme de entendimento, de racionalidade, mas sim de sentimento, e se era essa o intento de Abbas, ele alcançou com maestria, mas se não era, bem, dane-se, pois neste caso eu teria alçado algo realmente inédito.
Classificação: Cinco Narigadas!
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