Filme (3.0): "Corpus Christi", assistido 2020, estreia 2020, Polônia


2019, Drama, Polônia
Direção de Jan Komasa, elenco com Eliza Rycembel, Aleksandra Konieczna, Tomasz Zietek

    Jakson Böttcher, O Jacó
Torresmo, às 22:00

     Dentre os cinco filmes que disputaram neste ano de 2020 ao Oscar de Melhor Filme Internacional o único que é não originário do continente europeu foi o vencedor Sul Coreano "Parasita", que disputou com o francês "Os Miseráveis", o macedônico "Honeyland", o espanhol "Dor e Glória" e com este polonês "Corpus Christi".

     O filme polonês suscita uma interessante discussão sobre a fé, no qual os habitantes locais de uma pequena cidade na Polônia são colocados diante de um dilema que é o embate dos valores cristãos - misericórdia, amor, etc. - com a realidade, com perdão, com a culpa, e sem dúvidas os resultados desta contradição de valores e crenças é que tornam o filme um bom exemplar cinematográfico.

     Outra importante discussão diz respeito aos ritos e regras da igreja  -Católica, no caso - no qual uma pessoa aparentemente incapaz de liderar uma comunidade religiosa, mostra o seu valor de uma forma superior aos oficiais da igreja, representado pelo personagem principal do filme. Discussão equivalente ocorreu no Sínodo da Amazônia conclamado pelo Papa Francisco em 2019, no qual dentre vários assuntos abordou a rigidez da obrigatoriedade do exclusivismo do diaconato masculino (Por que mulheres não podem se tornar "Padres"?), além também da discussão da liberdade de ordenamento de homens casados.

    Por fim, "Corpus Christi" trás uma temática muito cara para os religiosos, mas que principalmente desmascara aqueles hipócritas que usam da religião como um escudo, ou simplesmente como uma máscara social, mas que escondem valores definitivamente que não condizem com os valores do cristianismo.

    Inclusive, muito típico no cidadão na atualidade, especificamente do brasileiro.
Classificação: Três Narigadas!

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