Filme (2.0): "O Céu de Suely", assistido 2020, estreia 2006, Brasil


2006, Brasil, Drama, Direção de Karim Aïnouz
Com Hermila Guedes, Marcelia Cartaxo, Zezita Matos, João Miguel

    Jakson Böttcher, O Jacó
Looke, às 22:00

     Dentre vários, o cinema para mim tem dois importantes vieses: o tema discutido, ou seja, quais são os assuntos que a história se propõe a debater, mesmo que seja somente citando-os, sem respostas, sem análises; e do estético áudio-visual, ou seja, do emprego do áudio e da fotografia, com a intenção de sensibilizar o espectador.

    Gosto de citar o recente "O Retrato de Uma Mulher em Chamas", que é capaz de emular no espectador o sentimento da paixão vivida entre as duas personagens, através de uma beleza estética impressionamento, emocionante. Também, agora pelo lado do áudio, os exemplares do cinema espaguete do italiano Sério Leone, com destaque para os três filmes da Trilogia dos Dólares, chocam pela extrema beleza da trilha sonora desenhada por Ênio Morricone.

    Pois bem, usando a medida destas duas réguas, este brasileiro do diretor Karim  Aïnouz - que recentemente dirigiu o magnífico "A Vida Invisível" [2019] - pouco agrega à cinematografia deste editor de cinemas, apesar das boas interpretações de Hermila Guedes, Marcelia Cartaxo, Zezita Matos, cujas personagens batalham pela vida de forma autônoma, sem maridos, sem homens.

    Talvez a sequência final do filme seja o que ele tem de melhor, e que em poucos minutos, justamente nos derradeiros, tudo faça mais sentido, estético e de significado. Talvez.
Classificação: Duas Narigadas!

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