Filme (4.5): "Easy Rider", 1969, 2019, EUA


1969, EUA, Drama
Direção de Dennis Hopper
Elenco com Phil Spector, Dennis Hopper, Jack Nicholson


    Jakson Böttcher, O Jacó
Netflix, às 17:00

    "Easy Rider" foi um filme produzido na década de 1960 nos EUA, e é considerado um marco na chamada "contracultura", no qual questionava os valores da sociedade capitalista da época. Contudo, o que mais chama a atenção é sua sequência final, que contextualizada para a nossa época contemporânea, é de entristecer o quanto tornou-se nossa realidade novamente.



    Vivemos dias tristes no nosso país, para se dizer o mínimo. O pior do ser-humano está aflorado, apoiando mortes, apoiando o racismo entre pessoas diferentes, apoiando a não aceitação do diferente. O machismo voltou a ter valor e a mulher é resultado de uma "fraquejada" do pai. O estupro está liberado. "Eu jamais ia estuprar você porque você não merece”. A mulher tem o seu lugar onde merece. “Por isso o cara paga menos para a mulher (porque ela engravida)"

    Se você votou num candidato diferente diferente daquele que venceu a eleição, você merece morrer, sua vida deve acabar. "Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vou botar esses picaretas para correr do Acre. Já que gosta tanto da Venezuela, essa turma tem que ir para lá

    A história está sendo reescrita por aquele que matou e torturou. "O erro da ditadura foi de torturar, e não matar". O que de pior que já foi feito por aqui, nestas terras tupiniquins, agora é lei. "Ele merecia isso: pau-de-arara. Funciona. Eu sou favorável à tortura. Tu sabe disso. E o povo é favorável a isso também”. Democracia? Que nada. "“Através do voto você não vai mudar nada nesse país, nada, absolutamente nada! Só vai mudar, infelizmente, se um dia nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro, e fazendo o trabalho que o regime militar não fez: matando uns 30 mil, começando com o FHC, não deixar para fora não, matando! Se vai morrer alguns inocentes, tudo bem, tudo quanto é guerra morre inocente.”

    Somos mortos sem pestanejar. "[O policial] entra, resolve o problema e, se matar 10, 15 ou 20, com 10 ou 30 tiros cada um, ele tem que ser condecorado, e não processado”. Oitenta tiros são poucos. "“Morreram poucos. A PM tinha que ter matado mil”.

    Minoria? Se cuide! "Vamos fazer o Brasil para as maiorias. As minorias têm que se curvar às maiorias. As minorias se adequam ou simplesmente desaparecem”. Indígena? “Ele devia ir comer um capim ali fora para manter as suas origens”. LGBT? “O filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um couro, ele muda o comportamento dele. Tá certo?”. Negro? “Fui num quilombola em Eldorado Paulista. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Acho que nem para procriadores servem mais”

    Duvida? Procure os textos marcados em negrito no Google. Procure-os no Youtube e veja estas palavras saindo da boca do líder do executivo deste nosso país. 

    Retroagimos. E muito.

    "Porque não corta o cabelo?"
    
Classificação: Quatro e Meia Narigadas!

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