2007, Drama, Romênia, Bélgica,
Direção de Cristian Mungiu
Elenco com Anamaria Marinca, Vlad Ivanov, Luminita Gheorghiu
Direção de Cristian Mungiu
Elenco com Anamaria Marinca, Vlad Ivanov, Luminita Gheorghiu
Jakson Böttcher, O Jacó
Sofá, às 10:00
Dentre inúmeros e incontáveis motivos, a arte cinematográfica pode ser considerada rica por conseguir contar uma história importante, com uma temática social muito relevante e, também conseguir nas entrelinhas tornar relevante outras temáticas, sucesso justamente alcançado por este belgo/romeno.
O nome original desta produção foi traduzido ipsis litteris para o português e realmente significa uma passagem de tempo, normalmente utilizada para caracterizar um período de gestação, realidade concretizada no filme. A discussão principal suscitada é sobre o aborto e suas consequências, especialmente talvez sobre sua legalização (ou não), e que de uma forma muito angustiante - tanto para seus personagens, quanto para o espectador - acompanha-se a saga de uma jovem estudante, que vivendo num país com muitas dificuldades econômicas e valores morais muito conservadores decide encerrar uma gravidez.
Contudo, a discussão social é permeada por outra muito mais sensível, talvez até certo ponto não tão perceptível: a fraternidade. A amiga da jovem prenha, interpretada pela excelente Anamaria Marinca - profícua atriz romena - interpreta uma notável amiga, que entrega-se para a causa da irresponsável grávida de uma forma puramente fraternal, visto que não há outro motivo perceptível contado na produção. A entrega dela é incrível, talvez, até mesmo exagerada, mas, certamente incrível.
A vida desta moça - a amiga da grávida - parece também se transformar, e realmente é ela quem sofre uma evolução como personagem. Sua postura como quem ajuda e as consequências deste apoio a tornam uma mulher madura, mais ciente de sua capacidade como mulher, como adulta. Isto fica evidente durante o jantar que ela participa na casa do namorado, quando intrinsecamente questiona os valores morais e moralistas daquela família que vê na mulher uma figura submissa, de valor reduzido na sociedade.
Enfim, é um prazer defrontar-se com uma produção cinematográfica tão especial. Um prazer.
O nome original desta produção foi traduzido ipsis litteris para o português e realmente significa uma passagem de tempo, normalmente utilizada para caracterizar um período de gestação, realidade concretizada no filme. A discussão principal suscitada é sobre o aborto e suas consequências, especialmente talvez sobre sua legalização (ou não), e que de uma forma muito angustiante - tanto para seus personagens, quanto para o espectador - acompanha-se a saga de uma jovem estudante, que vivendo num país com muitas dificuldades econômicas e valores morais muito conservadores decide encerrar uma gravidez.
Contudo, a discussão social é permeada por outra muito mais sensível, talvez até certo ponto não tão perceptível: a fraternidade. A amiga da jovem prenha, interpretada pela excelente Anamaria Marinca - profícua atriz romena - interpreta uma notável amiga, que entrega-se para a causa da irresponsável grávida de uma forma puramente fraternal, visto que não há outro motivo perceptível contado na produção. A entrega dela é incrível, talvez, até mesmo exagerada, mas, certamente incrível.
A vida desta moça - a amiga da grávida - parece também se transformar, e realmente é ela quem sofre uma evolução como personagem. Sua postura como quem ajuda e as consequências deste apoio a tornam uma mulher madura, mais ciente de sua capacidade como mulher, como adulta. Isto fica evidente durante o jantar que ela participa na casa do namorado, quando intrinsecamente questiona os valores morais e moralistas daquela família que vê na mulher uma figura submissa, de valor reduzido na sociedade.
Enfim, é um prazer defrontar-se com uma produção cinematográfica tão especial. Um prazer.
Classificação: Quatro e Meia Narigadas!
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