2018, Drama, Brasil
Direção de Ary Rosa, Glenda Nicácio
Elenco com Valdinéia Soriano, Aline Brune, Babu Santana
Jakson Böttcher, O Jacó e sua Flor
Crystal, às 18:20
O primeiro filme dirigido pela dupla Ary Rosa e Glenda Nicácio, este "Café com Canela" é uma produção do Recôncavo baiano, especificamente gravado nas singelas cidadelas São Felix e Cachoeira, e fica evidente que trata-se da Bahia: com sua ambientação religiosa, suas ruelas e casas simples, do forte sotaque nordestino e também da indelével presença dos símbolos do futebol baiano, o "bora Vitória minha porra" e do "Bahêa, minha vida".
Bem verdade é que o filme não faz relação alguma com o futebol, mas sim somente ambienta a fotografia com os símbolos futebolísticos, inclusive, a produção usa a Bahia, a pobreza, a questão social brasileira apenas como um pano de fundo, sem em algum momento discutir qualquer problema social, apesar de parecer que tudo vai pular no colo espectador a qualquer momento.
O que tem de melhor nesta produção é a força das personagens mulheres. As atrizes baianas Valdinéia (Margarida) e Aline (Violeta) dominam o filme de ponta a ponta, porém, não são aquele tipo de personagem que aparecem em fortes cenas vigorosamente enfrentando a vida, derrubando percalços sociais, familiares, lutando e brigando, e apesar de fazerem tudo isso, o fazem com simplicidades e gestos amorosos com os próximos (no caso de Violeta), ou, remoendo-se por dentro, lutando com si mesma no caso de Margarida.
A relação entre estas duas é edificada a cada momento do filme, e tudo é primordial para esta relação. O café com a canela é aquele elemento que sela o enlace entre elas, simbolizando a insistência e a gratidão da menina para com aquela senhora que a ajudou - gratuitamente, diga-se de passagem - quando e menor esteve envolta num grande drama.
Tecnicamente o filme é muito arrojado. Talvez devido ao fato de ser a primeira produção da dupla de diretores, eles ousaram nas tomadas de câmera - a mais legal é quando a câmera é posicionada no ponto de vista do cachorro Renato - foram audaciosos nas cenas dentro da casa de Margarida, especialmente nos seus momentos de devaneio; foram muito felizes quando utilizaram a quebra da chamada "quarta parede".
Por fim, um filme que não tem uma trama e que somente conta a história de duas mulheres que sofrem, mas que vivem, é este "Café com Canela", que sem dúvidas precisa ser curtido... E no cinema, de preferência!
Ah, o diretor Ary Rosa deu uma esclarecedora entrevista para o pessoal do Central Cine Brasil. Vale a pena clicar e ouvir!
Bem verdade é que o filme não faz relação alguma com o futebol, mas sim somente ambienta a fotografia com os símbolos futebolísticos, inclusive, a produção usa a Bahia, a pobreza, a questão social brasileira apenas como um pano de fundo, sem em algum momento discutir qualquer problema social, apesar de parecer que tudo vai pular no colo espectador a qualquer momento.
O que tem de melhor nesta produção é a força das personagens mulheres. As atrizes baianas Valdinéia (Margarida) e Aline (Violeta) dominam o filme de ponta a ponta, porém, não são aquele tipo de personagem que aparecem em fortes cenas vigorosamente enfrentando a vida, derrubando percalços sociais, familiares, lutando e brigando, e apesar de fazerem tudo isso, o fazem com simplicidades e gestos amorosos com os próximos (no caso de Violeta), ou, remoendo-se por dentro, lutando com si mesma no caso de Margarida.
A relação entre estas duas é edificada a cada momento do filme, e tudo é primordial para esta relação. O café com a canela é aquele elemento que sela o enlace entre elas, simbolizando a insistência e a gratidão da menina para com aquela senhora que a ajudou - gratuitamente, diga-se de passagem - quando e menor esteve envolta num grande drama.
Tecnicamente o filme é muito arrojado. Talvez devido ao fato de ser a primeira produção da dupla de diretores, eles ousaram nas tomadas de câmera - a mais legal é quando a câmera é posicionada no ponto de vista do cachorro Renato - foram audaciosos nas cenas dentro da casa de Margarida, especialmente nos seus momentos de devaneio; foram muito felizes quando utilizaram a quebra da chamada "quarta parede".
Por fim, um filme que não tem uma trama e que somente conta a história de duas mulheres que sofrem, mas que vivem, é este "Café com Canela", que sem dúvidas precisa ser curtido... E no cinema, de preferência!
Ah, o diretor Ary Rosa deu uma esclarecedora entrevista para o pessoal do Central Cine Brasil. Vale a pena clicar e ouvir!
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