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Filme (4.0): "Desobediência", 2018, 2018, Inglaterra, Irlanda, EUA


Lançamento 2018
Direção de Sebastián Lelio
Elenco com Rachel Weisz, Rachel McAdams, Alessandro Nivola
Drama, Romance
Inglaterra, Irlanda, EUA

    Jakson Böttcher, O Jacó
Torresmo, às 09:00

     Não posso negar que cheguei neste "Desobediência" por causa da atriz britânica Rachel Weisz, e com ela ocorre o mesmo que com o ator americano Tom Cruise: assisto a qualquer filme deles!

    Pois bem, depois de explicar como cheguei nesta produção dirigida por Sebastián Lelio, que dentre várias já dirigiu a brilhante "Mulher Fantástica" [2017] e "Gloria" [2014], erradamente poderia considerar que o filme gerou uma frustração. Sim, uma frustração. Isto se dá justamente pela baixa performance da personagem interpretada por Weisz, a filha novaiorquina Ronit que chega no Reino Unido, de surpresa, para o enterro do seu pai.

     Sua aparição como personagem - e não digo da interpretação, apesar de que talvez tenha sido uma de suas atuações mais apagadas - é, digamos, chata. Em quase toda cena em que Ronit aparece temos a impressão de uma falta de evolução, de uma falta de propósito do ser e do estar, enfim, não agrada em tela. Algo parecido se dá com a personagem de Rachel MacAdams, mas, no caso dela de um modo diferente.

    Esti (MacAdams) tem uma "brusca" alteração de comportamento durante o filme, e esta alteração não se torna crível, apesar do espectador com boa vontade entender que ela teve muita oportunidade de ser o que realmente era, de viver como gostava em seu âmago. Mas foi mal desenvolvida. 

   Todavia, e agora sim justifica-se as quatro narigadas que este filme ganhou, a atuação e desenvolvimento do personagem interpretado pelo muito produtivo, porém pouco conhecido Alessandro Nivola, torna o filme incrível. 

     O roteiro do filme foi escrito para este personagem, que aparece logo na primeira cena, é desenvolvido em toda a trama, e no fim, numa reviravolta emocionante envolve tudo aquilo que foi tratado durante todo o filme, desde o aprendizado que teve do rabino que morreu, passando pela situação emocional da esposa, da amiga, revelando-se um verdadeiro ser-humano. Realmente chocante, emocionante, crível. O filme vale por causa deste personagem. E muito.

    Enfim, o que poderia ser considerado como polêmico acaba ficando em segundo plano, e a atuação e o desenvolvimento do personagem interpretado por Nivola vale o ingresso, a locação, o MB.

Classificação: Quatro Narigadas!

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