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Filme (2.5): "Os Incríveis 2", 2018, 2018, EUA


Lançamento 2018
Direção de Brad Bird
Elenco com Craig T. Nelson, Holly Hunter, Brad Bird
Animação, Família
EUA

    Jakson Böttcher, O Jacó e sua Flor
Crystal, às 21:00

     Depois de quase uma década e meia a renomada Pixar Studios (empresa da gigante Disney) nos apresenta "Os Incríveis 2". A roupagem do filme parece realmente um pouco mais adulta, pelo menos é o que informa o diretor Brad Bird depois de responder a algumas reclamações de pais que afirmaram que a produção "tem algumas palavras inapropriadas" e que também "não divertiu seus filhos" tal como o "Os Incríveis" de 2004. A discussão entre o Bird e alguns destes pais está descrito nesta reportagem da sabotadora e golpeadora Veja

    Mas será que as reclamações dos pais tem razão? Ou estaria Bird ocultando uma verdadeira mudança nas intenções do filme? Talvez captar as impressões de uma criança após assistir aos dois filmes poderia ser uma experiência para provar quais dos lados está correto, contudo, certamente este filme de 2018 tem dificuldades para agradar ao público adulto.

    A animação é muito boa tecnicamente. Há reclamações (mais uma?!) de que os efeitos visuais do vilão Hipnotizador causam mal-estar em algumas pessoas, inclusive, na projeção há um alerta para "pessoas sensíveis a luz intensa e epiléticos", mas inegavelmente a apresentação visual do filme é sensacional. Isto se deve ao fato do filme ter uma personalidade estética, a qual não tem a intenção de ser realista tentando trazer para os personagens uma cara de humano. Não. O traço é realmente original.

    O grande feito do filme é discutir a família, e o maior exemplo é da relação de inveja do pai - Roberto, o Sr. Incrível - quando é a mãe - Helena Pêra, a Mulher Elástico - que é mais valorizada pela sociedade que ele. Esta discussão social espelha a realidade da sociedade nos tempos atuais, nos quais as mulheres estão cada vez mais empoderando-se e talvez alguns homens (maridos e outros em geral) não estejam conseguindo lidar com este crescimento feminino. O caminho escolhido pela Pixar foi de mostrar as consequências do pai ter que ficar em casa, cuidando da família enquanto a mãe trabalha fora, e também com um peso de consciência por causa disso. 

    Ainda nesta temática da discussão familiar, o filme faz muito bem em não dar razão ao pai, ou seja, não acontece da mãe voltar para casa, largar o trabalho. Ou ainda, o pai assumir algum problema que a mãe não conseguiu resolver... Ou seja, a discussão é colocada e a solução também. E ponto. Ah, Zeze, o pequenino filho da família dá um show a parte! Só ele já valeria o filme!

    Mas, infelizmente a aventura contada na história não é boa, especialmente do suspense da identidade do vilão Hipnotizador, que obviamente seria um ou o outro personagem já apresentados logo no começo do filme. Por si só esta "revelação" da identidade secreta dele ameniza as emoções aventurescas da história, e, por fim, a discussão social familiar é o que fica como mérito principal.     
Classificação: Duas e Meia Narigadas!

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