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Filme (4.0): "Gabriel e a Montanha", 2017, 2018, Brasil, França


Lançamento 2017
Direção de Fellipe Barbosa
Elenco com João Pedro Zappa, Caroline Abras, Leonard Siampala
Drama
Brasil, França

    Jakson Böttcher, O Jacó
Google Play, às 22:00

     Esta produção brasileira "Gabriel e a Montanha" não se trata de um filme comum, especialmente pelas motivações do personagem Gabriel - filme baseado na história real de Gabriel Buchmann - mas também pela grande dedicação do produtor do filme Fellipe Barbosa.

    Fellipe Barbosa e Gabriel foram amigos, e isto motivou a produção deste filme por Fellipe depois que tomou conhecimento do caderno de anotações de Gabriel, que o escreveu enquanto viajou pela África e que foi um dos seus legados antes de morrer naquele continente. O por trás das câmeras está explicado nesta reportagem da Epoca de 2017, e que trás detalhes muito bacanas, tal como a utilização no filme dos não atores africanos que realmente interagiram com Gabriel na sua viagem, relatando suas aventuras e reproduzindo seus diálogos. Mas o foco deste comentário deste editor deste caderno de cinema serão as motivações reais de Gabriel.

    Uma característica de Gabriel que chama muita atenção é que ele não quer fazer uma viagem de turista, tal como ele mesmo afirmava. A tão aclamada "experiência", que é uma busca por experimentar coisas novas, supostamente originais dos locais visitados, não atrai Gabriel... Talvez não, talvez o atraía, mas a crítica que fazia é que tais experiências deveriam ser legitimamente originais, que realmente expressassem uma vivência naqueles países tão diferentes que visitava, e não somente uma experiência comercial para turista. Tal expectativa, o de tornar-se um turista, ele realmente repelia.

    Exemplos disto foram relatados em duas situações no filme: uma delas, quando com sua namorada estavam num restaurante muito bonito, e Gabriel sequer quis conhecer o cardápio, evidentemente turístico; noutro momento enquanto fazia um safari e o guia não quis desviar do seu roteiro padrão para que ele pudesse contemplar o gnus, irritando muito Gabriel.

    Enfim, a discussão suscitada neste comportamento de Gabriel é realmente pertinente, especialmente nos dias atuais, nos quais a sanha por experimentar "novas experiências", para que sejam catalogadas, registradas e compartilhadas em redes sociais, coloca de lado o essencial, o real sentimento de prazer de compartilhar o momento com as pessoas queridas, e não a lembrança física da foto; Talvez fique em segundo plano o desfrutar, o saborear a beleza de um local em troca de um clique... Enfim, talvez. Talvez. 
Classificação: Quatro Narigadas!

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