Filme (5.0): "Doze Homens e Uma Sentença", EUA, 1997 [2017]



Lançamento em 1997
Direção de William Friedkin
Elenco com Courtney B. Vance, Ossie Davis, George C. Scott
Drama
EUA

    Jakson Böttcher, O Jacó e sua Flor
Tele Cine Cult, às 07:30
     
    Surpreende-me como em certas circunstâncias e talvez mesmo coincidências aproximam-me cada vez mais do cinema, de sua arte, de sua capacidade de contar histórias, de sua capacidade de contextualizar através da ficção a realidade que vivemos.

    Recentemente fiz um comentário numa rede social - aquela do passarinho azul - contra-argumentando uma postagem de uma pessoa que negligenciei ser muito influente, que tinha muitos seguidores. Pelo que entendi o meu texto era argumentativo e livre de ataques pessoais, todavia, a reação que recebi foi monstra, e com mais de uma centena de interações fui agredido sem piedade.

    Ataques tal como "burro", "forasteiro, nem mora na cidade", "nutella", "louco", dentre outros mais amenos e também mais agressivos somaram-se nesta centena de, digamos, reações. Tentei argumentar mas só piorou. Desisti.

    Mas e o cinema, onde entra nesta história? Pois bem, no outro dia do ocorrido na rede social assisti à refilmagem do clássico "Doze Homens e Uma Sentença" de 1957, agora o homônimo de 1997, e admito: a arte imita a vida, e vice-versa.

    Talvez não considere que o meu posicionamento na rede social tenha sido equivalente ao do personagem arquiteto no filme (interpretado pelo brilhante Jack Lemmon), que foi o estopim argumentativo cerne dos ocorridos na história ficcional, todavia, as infundadas reações que recebi certamente espelham o comportamento dos mais desprezíveis personagens, especialmente daquele interpretado por Mykelti Williamson (o preconceituoso) e de George C. Scott (o frustrado). Sem dúvidas.

   Os comentários que fiz sobre a produção de 1957 valem ipsis litteris a este filme de 1997, visto que apesar de ser uma refilmagem o filme é praticamente idêntico, apenas interpretado por novos atores, mas, a importância que dei para a história e como percebi o quanto reflete o que vivemos na atualidade me fez considerá-lo ainda mais. 

   Enfim, um filme que não faz o juízo do mérito da situação - o jovem era culpado ou não? - mas que tem seu valor quando nos faz refletir sobre como nos posicionamentos perante uma dúvida, como racionalizamos, como balanceamos as nossas frustrações, emoções e preconceitos perante uma decisão, enfim, como tratamos do nosso discernimento. 
Classificação: Cinco Narigadas!

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