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Filme (4.0): "Norman: Confie em Mim", EUA, Israel, 2017 [2017]



Lançamento 2017
Direção de Joseph Cedar
Elenco com Richard Gere, Dan Stevens, Michael Sheen
Drama
EUA, Israel

    Jakson Böttcher, O Jacó e sua Flor
Novo Batel, às 21:00

     Assistir Richard Gere em filmes atuais parece algo inusitado, mas surpreende-se quem pesquisar e constatar que ele desde 1976 praticamente não ficou um ano sequer sem participar de alguma produção cinematográfica ou de série televisa. 

     Este que vos escreve não é fã de Gere, e inocentemente imaginou que ele reapareceu depois de "Uma Linda Mulher" [1990]! Bom, falta de memória e ingenuidade à partes, neste novo filme "Norman: Confie em Mim" Richard está muito bem, e segura o filme de ponta a ponta sem pestanejar.

    Em verdade, o cerne da história é sobre inocência - não tal como a minha, que negligenciou a carreira de um grande ator - mas sim de um homem velho - Norman (Gere) - que aparentemente não alcançou o sucesso profissional do sonho americano, e que com uma habilidade impar de conseguir criar uma rede de contatos e negócios que eficientemente funcionam para os integrantes da rede, mas não para ele. 

    Eis aqui a explicação da ingenuidade de Norman: seu grande esforço para o bom andamento de suas tramóias funcionam para os outros, com resultados muito bons para aqueles que se envolvem na sua rede, porém, para ele, para Norman nunca sobra nada. Este grande esquema e seus resultados geram um filme dramático em vários momentos, porém, totalmente hilário ao constatarmos as perdas do personagem de Gere.

    Outro viés importante desta história é do paralelo que podemos fazer com a recente história da política nacional brasileira. Na ficção Norman presta "ajuda" a um futuro primeiro ministro Israelense, o que desencadeia uma crise politico-institucional muito grande, que comparado à "ajuda" de centenas de milhões de reais que alguns empresários brasileiros prestaram para a canalhada politica do Brasil - obviamente devolvendo pelo retorno da ajuda destes influentes integrantes da política nacional - torna a ficção uma brincadeira de criança, de um bebezinho.

    É, até "House Of Cards" que na ficção faz sucesso por suas canalhices políticas, ficou chocada com o desempenho da sociedade/política brasileira.
Classificação: Quatro Narigadas!

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