Jakson Böttcher, O Jacó e sua Flor
Sofá, às 19:40
É muito difícil a TV - tanto aberta quanto a fechada - conseguir emplacar um filme naqueles expectadores que de forma costumeira assistem à muitas produções. Por isso, quando isso ocorre os méritos costumam ser considerados para o filme, que em meio a uma montanha de descartáveis das televisões conseguiu chamar a atenção.
Mais méritos ainda merece este "A Beira do Caminho", que conseguiu transpor duas fortes barreiras impostas por este caderno de cinema: o de considerar a TV como fonte de porcaria e também o de dificilmente assistir um filme repetidamente. Ah, outro louvor é obrigatório ao Canal Brasil, que tem conseguido diversificar sua programação de filmes nacionais.
"A Beira do Caminho" é um filme bonito. Sem dúvidas a sua fotografia árida, retratando a simplicidade dos locais frequentados pelos caminhoneiros que dirigem pelas estradas e cidades do Brasil é ponto alto da produção.
Outro importante destaque é a interpretação do ator João Miguel. Na real, sua atuação é tão boa que suscita a vontade de assistir o filme novamente. O personagem criado por Miguel é de uma tristeza tão grande que emociona o expectador em vários momentos, todavia, de forma serena e muito sensível, sem exagero em nenhuma cena.
A história é contada aos poucos. Vai-se conhecendo a jornada de João (João Miguel) através de flashbacks e de momentos presentes, também com a interação de João com os outros personagens principais Duda (Vinicius Nascimento) e Rosa (Dira Paes).
Enfim, "A Beira do Caminho" é um exemplar daquilo que o cinema brasileiro sabe fazer de melhor. O estado da arte do cinema nacional.
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