Jakson Böttcher, O Jacó
Sofá, às 14:00
Não restam dúvidas que Dalton Trumbo, escritor, diretor e roteirista deste chocante "Johnny Vai à Guerra" constrói filmes capazes de criticar fortemente raciocínio social dos EUA, aquilo que no fundo motiva a verdadeira sociedade norte-americana, com destaques para a sua sanha consumista, patriótica, protetora.
Bom, o mérito principal deste "Johny Vai à Guerra" é conseguir em pouco menos de duas horas tocar em pontos altamente sensíveis aos norte-americanos: motivações que os levam a fazerem tantas guerras; como motivam os jovens a largarem as suas vidas sociais e familiares para lutar num conflito armado, em defesa da pátria; os aspectos políticos da guerra; as consequências da guerra, principalmente pelo ponto do vista do soldado, que se não morre fica ferido psicológico e fisicamente; a eutanásia.
Este Pot-pourri de críticas é mesclado numa história que brilhantemente beira o surreal, pois em vários momentos do filme acontece a confusão daquilo que é realidade com o que pode estar se passando na consciência (ou inconsciência) de Johnny, que depois de voltar da guerra, ferido, é por anos tratado como um experimento médico, um subterfúgio encontrado pelos militares por não saberem o que fazer aquele soldado que surpreendentemente ainda parece estar vivo.
Este confuso fluxo de consciência de Johnny é sem dúvidas o ponto alto do filme, e sem dúvidas não é possível ficar impassível perante tanto sofrimento.
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