Jakson Böttcher e sua Flor
Cristal, às 20:20
Certamente os filmes do gênero comédia são as produções mais procuradas pelo público cinematográfico, e também é certo que a razão principal para justificar este fenômeno seja a forte característica de entretenimento que o cinema tem.
Esta explicação (entretenimento = comédia), pode de alguma forma desqualificar o teor artístico e cultural da comédia, visto que pode-se entender que o entretenimento não tem objetivos de enriquecer a cultura ou o conhecimento do expectador, e sim somente o entreter. Pois bem, "A Incrível Jornada de Jaqueline" consegue subverter este argumento.
A história de Jaqueline, a vaca, começa na Argélia. Já na primeira parte do filme fica claro a forte intenção de crítica social/política/cultural da produção, com destaques para a discussão da imigração, principalmente dos africanos argelinos que a todo custo querem ir para a França (leia-se, Europa). Também, suscita-se a questão do trato cultural que alguns países dispensam às mulheres, que sempre estão relegadas na sociedade ao cuidado dos filhos, da família, em segundo plano.
Outro importante assunto que é fortemente mencionado na produção, principalmente em seus momentos derradeiros, diz respeito à velocidade de como atualmente a mídia consegue contar histórias e descobrir pessoas façanhosas, no caso, o personagem argelino Fatah, o dono da vaca, interpretado pelo excelente comediante também franco-argelino Fatsah Bouyahmed.
Todavia, o teor crítico é muito bem mesclado com a comédia, tornando a produção hilária em vários momentos, emocionante em alguns poucos, mas certamente uma produção fluída e muito, mas realmente muito gostosa de ser assistida.
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