Direção de Paul Greengrass
Elenco: Matt Damon, Tommy Lee Jones, Alicia Vikander
Gêneros Ação, Suspense
Nacionalidade EUA
Jakson Böttcher, O Jacó
Cinemark Müeller, às 18:30
2002 foi o ano que revolucionou o gênero filmes de espiões, e isto ocorreu quando da estreia da ficção da personagem Jason Bourne, intepretado por Matt Damon.
A revolução foi tão importante, que até mesmo o maior representante do gênero, a série da personagem James Bond, o 007, foi influenciada por aquilo que Jason Bourne trouxe de novo, visto a sensível diferença técnica dos filmes interpretados pelo Bond Daniel Craig em 2006.
A explicação do estrondoso sucesso dos filmes Bourne se dá justamente na comparação com os filmes de Bond (Bonds da era pré-Bourne): enquanto o elegante e sedutor James Bond resolve os seus problemas com charme, golpes teatrais e irreais, uso de super carros e motos, além de mirabolantes engenhocas tecnológicas, Bourne faz uso praticamente apenas de sua força, perspicácia e agilidade, resultando em cenas de lutas viscerais e violentas e perseguições em carros "populares".
Ainda, além da diferença das técnicas empregadas pelos espiões, a história de Bourne não é episódica, tal como ocorre em cada produção de Bond no qual cada filme conta uma nova história, mas sim há um roteiro único que Bourne tenta entender a sua história e encontrar aqueles que o colocaram na situação que ele encontra-se.
Pois bem, contar uma história contínua, em vários filmes, além do uso de uma apurada técnica de força e agilidade, destacaram Jason Bourne como um dos mais importantes espiões da ficção. Todavia, e infelizmente sempre há um porém, a franquia perdeu-se.
Quase dez anos depois do último filme de Bourne com Matt Damon - "O Ultimato Bourne", de 2007 -, agora em 2016 estreia "Jason Bourne", cercado de expectativas, principalmente daquelas que aguardam as novidades que o novo filme traria. Porém, expectativas frustadas, infelizmente.
O novo filme não trás nada, absolutamente nada de novo, pelo contrário, é uma simples sequência piorada dos outros três filmes. Bem verdade que os filmes de 2002, 2004 e 2007 eram muito parecidos entre si, e dentre eles de fato não há grandes destaques, visto que contam homogeneamente a história desconhecida de Bourne, todavia, esperava-se que dez anos depois um novo filme fosse capaz de revolucionar novamente o gênero, tentativa que foi estrogonoficamente frustrada.
De bom a história trás a carrancuda personagem interpretada pela atriz Alicia Vikander, que consegue sem dar um mísero sorriso (daí a explicação do predicado "carrancuda") trazer uma personagem com várias nuances e profundidade, explorada até o fim da produção e responsável pela melhor e mais motivada atuação do filme.
De ruim, e muito ruim mesmo chama a atenção a tentativa de requentar as motivações de Bourne, que agora encontra em sua vida de adolescente razões para odiar o seu pai (!). Inclusive, Matt Damon está tão apático que parece querer a todo momento que o filme termine, junto com o expectador.
Triste, mas é verdade. Infelizmente.
Classificação: Uma e meia Narigadas!
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