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Filme (1.5): "Contrato Vitalício [Porta dos Fundos]", Brasil, 2016 [2016]


Lançamento em 2016
Direção de Ian SBF
Elenco com Gregório Duvivier, Fábio Porchat, Antonio Tabet
Gênero Comédia
Nacionalidade Brasil     

    Jakson Böttcher, O Jacó
Cinemark Mueller, às 20:38
    
     É incrível imaginar que o Porta dos Fundos tenha apenas quatro (4!) anos. Este susto tem origem no fato de suas produções estarem entranhadas na cultura da comédia nacional atual, notadamente na internet, berço da trupe, apesar de já expandirem-se para a TV aberta e fechada e agora no cinema.

   As produções, que podem ser chamadas de esquetes humorísticas, sempre são carregadas de sarcasmos e especialmente de um humor crítico que de um modo humorístico consegue criticar fortemente o comportamento da nossa sociedade, dos nossos comportamentos, das nossas decisões políticas, esportivas, sentimentais, enfim, pode-se ler no conteúdo produzido pelo Porta a nua e crua realidade do comportamento da sociedade brasileira. Talvez da humanidade.

    Nesta toada, há inúmeros exemplos de vídeos excelentes, com duração de poucos minutos. 

  
    
    Outros, em formato de seriado conseguem ser até educativos, mas não perdendo o teor sarcástico e humorístico, tal como o Viral, publicado em 2014.

    Todavia, o primeiro longa metragem da equipe portafundiana não é bacana.

   Não se pode negar que esta primeira produção cinematográfica (o "Contrato Vitalício), faz uma grande crítica à industria do cinema e também do que a circunda, inclusive o público, mas a crítica em si não sustenta o filme. Bem verdade também que a atuação do personagem principal interpretado por Fábio Porchat - talvez o principal representante do grupo do Porta - é boa, mas infelizmente também não consegue carregar os filmes nas costas.

   A atuação dos personagens secundários é horripilante, com destaque negativo para o papel de João Vicente de Castro - o Luciano - que causa vergonha alheia em todas as suas aparições. Os demais, incluindo o personagem do detetive (Antonio Tabet), da namorada (Thati Lopes), do empresário (Luis Lobianco) e do repórter (Marcos Veras) são extremamente estereotipados, que acabam não funcionando como crítica, principalmente por serem muito inverossímeis. 

   A história é fraca. Na boa, antes da metade do filme eu apostei comigo mesmo que das duas uma: ou o filme fictício que é produzido na história será tão ruim, mas tão ruim que o público vai adorar (estaria aqui a crítica ao público que assiste cinema), contrariando todo o drama do personagem do Porchat, ou, os ETs realmente existem. Triste, mas se não bastasse uma, as duas suposições são verdadeiras, e vamos combinar, ao contar uma história pouca coisa é tão chata quanto a previsibilidade.

   Por fim, "Contrato Vitalicio" faz jus à fama de péssima qualidade da comédia do cinema brasileiro. Infelizmente, pois o Porta dos Fundos revolucionou muito, criou muito expectativa, mas parou por aqui. Tomara que por enquanto.
Classificação: Uma e meia Narigada!

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