Uma obra artística torna-se realmente relevante quando é capaz de gerar no expectador profundos sentimentos, tal como alegria, tristeza, medo, regojizo e asco, e este "Beasts of No Nation", usando este critério "sentimental", pode realmente ser considerado relevante.
Os personagens Strika e Agu (em sequência na foto do topo) são as duas crianças que no filme representam o resultado de umas das piores coisas que se pode fazer ao ser humano: tirar a esperança de crianças, ou seja, ceifar daqueles que serão os próximos adultos a perspectiva de uma vida digna. E isso este este filme faz brilhantemente.
A história conta com poucos detalhes as razões que levaram aquele povo africano a degladiar-se numa espantosa guerra civil. Também, não coloca-se a favor e nem contra a nenhum dos grupos, porém, com maestria e muita precisão demonstra as consequências desta luta principalmente na vida das crianças (representadas com mais destaque por Agu e Strika).
Tudo começa mostrando a vida familiar de Agu, que mesmo no meio da guerra consegue ter no acolhimento familiar a absorção de todos os bons valores provenientes de uma família bem estruturada. Na sequência os horrores da guerrilha e a luta pelo poder de vários e gananciosos homens destrói o berço familiar do menino, jogando-o nos mais terríveis horrores. Por fim, a esperança parece milagrosamente renascer, e por incrível que pareça o filme consegue em seus minutos finais reascender o sentimento que tudo pode acabar bem.
A cena abaixo extraída do filme é capaz de exprimir um pouco daquilo que jamais será cicatrizado na vida do menino, talvez um exemplo das marcas de todos aqueles que experimentam os terrores da guerra.
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