Em 1988 despontava no cinema mundial, espelhado no estrondoso sucesso cult do filme "Cinema Paradiso", o diretor italiano Giuseppe Tornatore, que apesar de estar realizando apenas o seu segundo filme mostrava que chegaria e que marcaria significativamente a arte do cinema.
Na sequência, em 1994, depois de outras obras, lançou o intimista "Uma Simples Formalidade", substituindo o seu espírito megalomaníaco de criar cenas e grandes cenários por uma jornada íntima de um homem preso injustamente.
Todavia, o seu amor pelo cinema visual e produção de grandes obras com grandes proporções foi retomado neste "Baaria - A Porta do Vento". O filme narra a criação de uma típica família italiana - da região de Palermo - que sofreu as trepidações da segunda guerra mundial e do conflito social do fascismo e comunismo na Itália em meados dos anos de 1940 até os dias atuais.
O filme, apesar de contar uma história que se passa num difícil momento da história do mundo, e que também geograficamente ocorre num dos países mais afetados por estes acontecimentos, é divertido e, digamos, pouco dramático.
Isso ocorre por que Tornatore quer informar que apesar de todo os problemas e todas as consequências resultantes de espúrias ações políticas e lutas de interesses econômicos (!) o que vale, o que realmente deve destacar-se na vida das pessoas é a qualidade das relações entre os indivíduos: familiares, fraternais, comunitárias, íntimas, e isso fico belamente retratado nesta produção.
Além deste profundo conteúdo, o aspecto visual do filme é extraordinário. As cenas são montadas com um requinte de detalhes que tornam o filme uma verdeira obra de arte. Cada sequência de cenas possui inúmeras referências ao modo de vida italiano, do comportamento social da época, das referências culturais - principalmente do cinema -, religiosas, políticas... Ou seja, uma produção que realmente relata o modo de vida das pessoas daquela época.
A grande velocidade das cenas e das transições entre uma e outra tomada tiram a possibilidade do aprofundamento em grandes dramas, justificando a ausência de excesso de dramaticidade da produção.
"Baaria..." é realmente um exemplar artístico fora do comum. A união da trilha sonora de Ennio Morricone com a aprofundada técnica visual de Giuseppe Tornatore resultaram numa produção que beira o estado da arte. Sem exageros. Mesmo.
Belíssimo Jacó. Boa dica.
ResponderExcluirNão sei quem é você, mas sei que sua opinião é certa. Um abraço.
ExcluirXunda. Bj
ResponderExcluirMal educado.
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