Filme (0.25): "Visitor Q", Japão, 2001



Lançamento 2001 
Dirigido por Takashi Miike
Com  Ken'ichi Endô, Shungiku Uchida, Kazushi Watanabe
Gênero Terror bizarro
Nacionalidade Japão

    Já faz algum tempo que a tecnologia facilita muito acompanhar tudo que acontece no mundo cinema, e uma das formas mais interessantes é ouvir os podcasts criados por pessoas "leigas" que gostam da sétima arte. 

    Neste mundão da podosfera (como é chamado o conjunto de podcasts disponíveis na internet), há vários destaques: RapaduraCast, Cinema Em Cena, CinemAção, Papricast, dentre muitos outros. Num desses, especificamente no último episódio lançado pelos intelectuais do Supernovo.net, o podcast Cinecast, o podcaster Bruno Gunter sugeriu uma obra do realizador japonês Takashi Miike, "Gozu" [2003], informando que era aconselhável assistir aos outros filmes de Miike antes deste Gozu. Conselho seguido, "Visitor Q" foi o primeiro.

   Segundo Gunter, "Gozu" exigiria que expectador tivesse noção do estilo de Takashi Miike, que sempre usando de muita violência física e cenas exóticas de sexo e incesto cria filmes muito diferentes do comum, talvez até mesmo bizarros para o já fora do convencional cinema japonês. Gunter estava certo, porém, em partes, pois "Gozu" é muito, mas muito menos bizarro que "Visitor Q".

   O filme de 2001 é extremamente violento. Esta violência é potencializada pois ocorre com muita frequência entre os integrantes de uma família. Por exemplo, durante praticamente todo o filme o filho maltrata a mãe de forma física e psicológica; O pai, já no início, transa com a filha; Tudo fica pior quando um estranho visitante (Q), após "encontrar-se" com o pai, entra na casa e começa a "interagir" com a mãe, filho, filha. Tudo vira uma quiçaça que sequer é possível acreditar o que se está vendo. É realmente incrível.

   Apesar de várias análises afirmarem "que tudo o que se passa no filme pode conter metáforas que representam a condição atual das famílias e da sociedade japonesa", o filme em verdade não passa de um apanhado de loucuras que elevadas ao extremo da bizarrice tem como único objetivo polemizar, chocar, e, por fim, cumpre com maestria estes papéis. 

   Ah, "Gozu" tem uma história interessante. Tem bizarrices equivalentes, mas fazem mais sentido que "Visitor Q". Sinceramente, a ordem de Gunter deveria ser assistir "Gozu" antes de "Visitor Q".

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