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Filme (2.0): "Ponte dos Espiões", EUA, 2015


Lançamento 2015
Dirigido por Steven Spielberg
Com Tom Hanks, Mark Rylance, Scott Shepherd
Gênero Suspense, Patriotismo Americano
Nacionalidade EUA  

    Todo cinéfilo que realmente tem como hobby o cinema e seus interesses não pode jamais negar que a expressão artística desta arte, a chamada sétima arte, é reconhecida no mundo graças ao empenho dos norte americanos.

    Bem verdade que o estadunidenses enxergaram a exploração desta arte como uma grande oportunidade de negócios (tal como quase tudo no mundo capitalista), e, por fim, aliando uma grande fonte de arte, entretenimento e propagação da cultura, o cinema como um negócio prosperou como poucas outras expressões artísticas.

    A partir disto, como grande explorador e também responsável pela expansão desta arte, obviamente que os temas mais caros aos americanos seriam recorrentes nos filmes lá produzidos, com destaques para o patriotismo, capitalismo e a liberdade, e, depois de muitas e muitas décadas (mais de um século, seguramente) insistindo nestes temas, este "Ponte de Espiões" tem mais uma vez seu ponto mais forte justamente na defesa da liberdade através do patriotismo.

   O filme é baseado na real história do advogado norte americano James B. Donavan (no filme, Tom Hanks) que decide após a recusa de muitos outros colegas defender o espião russo Rudolf Abel. Além do sucesso na defesa de Abel, Donavan é informalmente escalado para negociar a libertação de um preso militar americano pelas forças Soviéticas, liberdade que se processa na famosa ponte Glienicke, a qual dividia a derrotada Alemanha na segunda grande guerra entre os lados ocidental e oriental 

   Pois bem, isto quer dizer que a história do filme, ou seja, o seu conteúdo, é de fato interessante e historicamente rico, principalmente nas cenas que se passam na Alemanha pós segunda guerra, com notório destaque para o momento em que o muro de Berlin, que dividiria o país em dois, começava a ser construído. Todavia, o ufanismo de Spielberg (diretor) e dos irmãos Cohen (roteiristas) ao demonstrar os soviéticos e alemães da parte oriental como inimigos, desumanos e traiçoeiros torna o filme um barato panfleto pró-EUA.

   As cenas que mostram o tratamento violento concedido ao preso norte americano na URSS, seguidos pela cordialidade e educação dispendida ao preso soviético nos EUA é tão infantil, que chega a ser vergonhoso, levando o expectador a crer que nos EUA prevalece todo o bem da humanidade, enquanto fora de lá há somente sanguinários e desumanos! Guantánamo que não nos deixa enganarmos, por exemplo.

   Outra vergonhosa é quando Hanks vê jovens sendo metralhados ao tentar transpor o muro de Berlin, enquanto ele está na Alemanha e, logo mais no fim do filme, regojiza ao ver jovens rindo e divertindo-se ao pular uma cerca em solo norte americano.

   Bom, os EUA são certamente responsáveis pela grandeza que o cinema tornou-se, todavia todo cuidado na seleção daquilo que realmente é arte se faz necessário. Tarefa difícil, principalmente porque a imersão na cultura norte americana é muito forte, mas necessária.

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