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Filme (3.0): "A Pele de Vênus", França, 2015



Lançamento 2015
Dirigido por Roman Polanski
Com Emmanuelle Seigner, Mathieu Amalric
Gênero Comédia, Drama
Nacionalidade França       

    "[...]a mulher, tal como a natureza criou e como o homem atualmente a educa, é sua inimiga, podendo tão-somente ser sua escrava ou sua déspota - jamais a sua companheira. Isto, só quando ela tiver os mesmos direitos que ele, só quando por nascimento, pela formação e pelo trabalho, for igual a ele.". 

   Este é o trecho final do livro do escritor austríaco Sacher-Masoch e talvez aquilo que pode ser o resumo (cretino, tal como só pode ser o resumo de toda uma obra literária transcrito em apenas uma frase) da intenção de Roman Polanski ao dirigir este pouco ortodoxo filme, que se passa num único cenário, interpretado por apenas dois atores, com textos baseados no livro de Masoch.

   Emmanuelle Seigner (que na vida real é a esposa de Polanski) e Mathieu Amalric interpretam aquilo que seria uma luta de gêneros, mais precisamente um combate do gênero feminino contra o masculino, no qual o masculino perde estrogonoficamente, porém, o cerne da obra baseia-se em como isso acontece, como a mulher envolve e domina absolutamente o homem (!). 

  A coragem de Polanski ao criar um filme tão minimalista em cenários e personagens é justificada pela força dos diálogos e da interpretação, que acabam envolvendo o expectador, de modo que o filme se passa num piscar de olhos. 

  Por fim, "A Pele de Vênus" talvez não faça jus à arte cinematográfica expressa comumente em explosões de áudio e vídeo, porém, talvez a preocupação com o conteúdo, com aquilo se tem a dizer, justifique a produção, a repercussão e também a qualidade da obra. Talvez. 

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