Pular para o conteúdo principal

Filme (4.5): "O Cemitério dos Vagalumes", 1988, Japão



Lançamento 1988 
Dirigido por Isao Takahata
Com J.Robert Spencer, Veronica Taylor, Ayano Shiraishi
Gênero Animação, Drama, Guerra
Nacionalidade Japão      

    Em 1985 um grupo de realizadores artísticos japoneses liderado por Hayao Miyazaki funda aquele que deve ser o mais fecundo estúdio de animação do oriente (Disney, no ocidente?), o Estúdio Ghibli, e que com uma coleção de mais de 20 filmes (22, segundo site oficial do estúdio) tem em seu acervo este "O Cemitério dos Vagalumes", dirigido por Isao Takahata em 1988.

    A animação faz um retrato histórico dos últimos dias da participação do Japão na Segunda Guerra Mundial, mas, contada do ponto de vista interno, mais precisamente por uma família que residente naquele país e tem sua história marcada para sempre. O pai, marinheiro da esquadra japonesa luta na guerra, deixando para a mãe o dever de cuidar seus dois filhos, a pequena Setsuko e adolescente Seita. Após incessantes bombardeios promovidos pelos "inimigos" japoneses às cidades japonesas, o retrato é desolador: fome, mortes terríveis, luta por sobrevivência, escassez de todo tipo de recurso. Obviamente a família da história é assolada por todos estes dramas, tornando o filme além de um relato histórico uma comovente e triste história da degradação humana, marcada por uma guerra.

   Os detalhes do comportamento humano, principalmente de Setsuko e Seita são incrivelmente realistas para uma animação. As reações da pequena, seus trejeitos, sua comoção, sua dureza frente aos problemas são tão realistas que é impossível não se apaixonar por ela. Seita, seu irmão, sofre para tentar nutri-la (literalmente) e sua força e dedicação são dignos dos melhores seres humanos. Infelizmente, e isto é também torna o filme incrível, a esperança não vence em momento algum. Em nenhum momento. 

    "O Cemitério dos Vagalumes" consegue ser um dos filmes mais tristes do cinema de animação (paradoxalmente ao sentido que este termo deveria ter), talvez, um dos representes mais tristes de todo o cinema mundial, porém, sua precisão e beleza o tornam um representante de gala desta arte extraordinária.

   O estúdio Ghibli tem muitos outros filmes mais animados, ou até não, mas todos merecem ser assistidos.

1986 – Laputa: O Castelo no Céu
1988 – Meu vizinho Totoro
1988 – Túmulo dos Vagalumes
1989 – O Serviço de Entregas de Kiki
1991 – Only Yesterday
1992 – Porco Rosso
1993 – Ocean Waves
1994 – Pom Poko
1995 - Whisper of the Heart
1997 – Princesa Mononoke
1999 – Meus vizinhos Os Yamadas
2001 – A Viagem de Chihiro
2002 - O Retorno dos Gatos
2004 – O Castelo Animado
2006 – Contos de Terramar
2008 – Ponyo
2010 – Karigurashi no Arrietty
2011 – Kokuriko-Zaka Kara
2013 – Kaze Tachinu
2013 – Kaguya Hime no Monogatari
2014 – When Marnie was there

2014 – Ronja, a Filha do Ladrão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Simplesmente ser!

O Reencontro. Outro conto curto.     Novamente este caderno de cinema vai diversificar o seu conteúdo, e mais uma vez um conto curto é apresentado aqui no lugar de uma resenha cinematográfica, porém, desta vez ligeiramente diferente do conto anterior.     A proposta agora é que se faça a leitura do conto, e quando surgir na postagem o vídeo da música da Carminho, ela deve ser escutada com cuidado e atenção, para que depois a leitura se complete. Combinado feito, segue o texto, o conto curto. Litro era um rapaz ansioso. Tudo o que se dedicava a fazer era complexamente decidido por uma sequência confusa de pensamentos, e que não raramente resultavam em poucas ações efetivas. Contudo, ele gostava muito de algumas coisas, e para elas seu raciocínio era rápido e poucas vezes errava: nadar e viver naquela cidade onde nasceu eram as ações mais assertivas. Ele gostava mesmo.     Odionta era decidida. Não daquele tipo mandona ou carrancuda, mas simplesmente suas decisões costumeiramente eram

Lamb (2021)

A utilidade dos filmes ruins 2.0 Narigadas, Islândia, Polônia, Suécia , 2021     Já faz bastante tempo que uso uma frase de efeito para tentar me fazer entender sobre um pouco do jeito que exerço a minha cinefilia, e ela explica um sentimento que me move pelo grande mundo do cinema: "um filme somente é bom ou ruim depois de você assisti-lo". Isso quer dizer que mesmo que alguém não indique algum filme, ou algum site ou especialista não classifique positivamente uma obra cinematográfica, ou que ainda o filme não esteja laureado por algum prêmio, mesmo assim se por algum motivo há algum interesse em assisti-lo, ele deve ser assistido.      Sim, assista.      Isso se deve ao fato de eu considerar que uma das coisas mais importantes para quem curte uma obra artística é o sentimento que este ato vai gerar na pessoa, e como saber qual é a condição da pessoa que vai assistir ao filme, considerando que este é um fator muito relevante para aceitação ou não? Enfim, resumidamente e como

Melhores Filmes 2023!

E o Brasil venceu! Novamente! O Acidente, Carvão e Raquel 1:1     O ano de 2023 foi um ano intenso!     Aqui neste blog nós assistimos a menos filmes do que esperávamos, mas a qualidade foi muito boa, e neste caso a quantidade se torna irrelevante.     Os melhores filmes foram 3 produções brasileiras, e a lista completa de todas as produções curtidas em 2023 segue abaixo, em ordem de preferência dos editores deste caderno de cinema.  Segue a lista em ordem de preferência! [5.0] Carvão , 2022, Argentina , Brasil [5.0] O Acidente, 2018, Brasil [5.0] Raquel 1:1, 2023, Brasil [5.0] Festa de Família, 1998, Dinamarca , Suécia [5.0] A Última Rainha , 2023, França , Argélia , Arabia Saudita, Taiwan , Catar [5.0] Lámen Shop, 2018, Cingapura , Japão, França [5.0] Mato Seco em Chamas, 2022, Brasil, Portugal [5.0] Retratos Fantasmas, 2022, Brasil [4.5] Disco Boy, 2022, França, Itália, Bélgica, Polônia [4.5] Homem Morto - Dead Man, 1995, EUA, Alemanha, Japão [4.5] Golda - A Mulher de Uma Nação , 20