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Filme (4.0): "O Duplo", UK, 2015



Lançamento 2015 
Dirigido por Richard Ayoade
Com Jesse Eisenberg, Mia Wasikowska, Wallace Shawn
Gênero Drama, Suspense
Nacionalidade Reino Unido  

    "O Duplo" tem seu roteiro baseado na obra literária do russo Fiódor Dosteiévski e tudo indica que o filme conseguiu imprimir todo o clima de estranhamento que a obra russa consegue gerar. 

    Quem assistiu "Brazil", filme dirigido por Terry Gillian inevitavelmente não irá lembrar-se desta produção de 1985 ao visitar este filme estrelado por Jesse Einsenberg - estrela de "A Rede Social" 2010 - pois o clima estranho dos filmes são equivalentes, talvez, principalmente por causa do excesso de burocracia e um aparente autoritarismo dos personagens que circundam em torno do personagem principal. 

    Estes fatores ambientais parecem que vão apagando o personagem principal Simon James (Jesse), para o qual nada parece dar certo: sua família o rejeita; no seu emprego, que trabalha a mais de 7 anos, ninguém o reconhece; a mulher que ama não o enxerga, enfim, Simon James torna-se cada vez mais transparente para todos. Porém, na metade do filme surge um novo funcionário na empresa, James Simon, que sem explicação atrai todas as atenções de todo mundo e de forma extremamente sedutora conquista tudo o que Simon James sempre desejou: reconhecimento. 

    James Simon atrai inclusive Simon James, que coincidentemente são esteticamente idênticos. Todavia, esta esta percepção só tem Simon, que começa a seguir as orientações de sucesso de James. Obviamente como costuma acontecer em filmes de personagens duplos, um é o oposto do outro - tal como o lado bom e o lado ruim - e também obviamente as divergências começam a surgir e um querer ocupar o lugar do outro, culminando num final excelente com uma reviravolta empolgante e redentora.

   O expectador deverá identificar-se com um dos dois personagens - o sedutor ou o tímido - e desta maneira durante o filme quase nada precisará ser didaticamente explicado sobre o comportamento do ambiente em relação a cada personagem, visto que cada um dos expectadores poderá concluir intimamente o que se passa, e também as suas razões. Ou não.







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