Filme (4.0): "A Comilança", Itália, França, 1973


Lançamento 1973 
Dirigido Marco Ferreri
Com Marcello Mastroianni, Ugo Tognazzi, Michel Piccoli, Philippe Noiret
Gênero Comédia dramática
Nacionalidade Itália, França

    Quando assisti ao também italiano "Feios, Sujos e Malvados" tive uma impressão, digamos, suja do cinema italiano. Claro, o predicado no sentido do teor do filme, não em qualquer outro. Agora, depois deste "A Comilança", esta sensação se solidificou. Embora "Feios..." seja muito mais promiscuo tanto pessoalmente quanto socialmente, este "A Comilança" consegue subverter com muita eficácia, também tanto no âmbito social quanto pessoal.

   A premissa é rápida e rasteira: um grupo de quatro homens de sucesso social decide suicidar-se, porém, de uma forma pouco ortodoxa - comendo até morrer. O que chama atenção é que não há uma clara explicação das razões que os levaram a tomar tal decisão, mas somente indícios. Por exemplo, um deles é solteiro e parece que é constantemente assediado (sexualmente) por sua mãe, mas isso não parece que é a razão para o ato fatal.

   O exagero é também evidente, visto a quantidade de comida, carne, verduras, frutas que vão chegando à mansão. Tal exuberância também é apresentada quando uma personagem feminina entra no grupo, tornando o filme ainda mais nojento. A cena da torta amassada pela mulher faz jus ao sentimento torpe.

   "A Comilança" consegue através de seus exageros, tanto quantitativos, subversivos e escatológicos fazer frente ao mais bizarro mundo do cinema, tornando-se um exemplar raro dos limites que a sétima arte consegue chegar. Ou ultrapassar.






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