Pular para o conteúdo principal

Filme (2.5): "I Origens", EUA, 2014



Classificação: Duas e meia Narigadas!


Lançamento 2014 
Dirigido por Mike Cahill
Com Michael Pitt, Brit Marling, Astrid Berges-Frisbey
Gênero Ficção científica
Nacionalidade EUA

    A discussão central deste "drama científico" é um velho clichê da humanidade, no qual o objeto principal da religiosidade - a fé - é botada em cheque pela pela principal ferramenta da ciência - a razão. 

   O personagem cientista tenta encontrar todos os indícios da evolução dos olhos humanos, partindo da origem numa "minhoca" cega, passando por todas as espécies intermediárias da evolução até chegar ao olhos humanos, num total de 12 indícios. Já, segundo o filme, os religiosos criacionistas creem que se os cientistas não conseguirem provar esta evolução, ficaria automaticamente confirmado que os olhos humanos (e por consequência todo o resto do ser humano) são obra divina, criação de Deus. Porém, e aí está o conteúdo mais interessante do filme, uma morte inesperada e uma possível reencarnação - comprovada estatisticamente - faz com que o cientista coloque-se num dilema, no qual um evento que somente é comprovável pela fé foi corroborado pela ciência.

   Todavia, e este é o conteúdo mais fraco do filme, o péssimo desenvolvimento da personagem que morre, que com um comportamento ciumento a torna intragável, tornando-a pouco carismática, é difícil torcer por ela e, muito mais difícil ainda torcer para que ela reencarne, tira a expectativa positiva do filme. Inclusive, pelo contrário, pois é muito mais interessante que seja promissor o relacionamento do cientista após a morte da sua namorada.

    Enfim, o embate religião versus ciência acaba sendo nebulado pela fraca trama dramática e, o filme acaba e não sabemos quem venceu: Deus, a ciência, ou o amor.

    Nota. Um interessante estratagema pode ser encontrado no título do filme "I Origens", no qual o som em inglês de "I" (eu) e "Eye" (olhos) é idêntico e, ao ser escutado, pode ser tanto interpretado como "A origem dos olhos" como "A origem do Eu", ou seja, descobrindo a origem dos olhos poderíamos descobrir a origem da humanidade. Interessante.

    





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Simplesmente ser!

O Reencontro. Outro conto curto.     Novamente este caderno de cinema vai diversificar o seu conteúdo, e mais uma vez um conto curto é apresentado aqui no lugar de uma resenha cinematográfica, porém, desta vez ligeiramente diferente do conto anterior.     A proposta agora é que se faça a leitura do conto, e quando surgir na postagem o vídeo da música da Carminho, ela deve ser escutada com cuidado e atenção, para que depois a leitura se complete. Combinado feito, segue o texto, o conto curto. Litro era um rapaz ansioso. Tudo o que se dedicava a fazer era complexamente decidido por uma sequência confusa de pensamentos, e que não raramente resultavam em poucas ações efetivas. Contudo, ele gostava muito de algumas coisas, e para elas seu raciocínio era rápido e poucas vezes errava: nadar e viver naquela cidade onde nasceu eram as ações mais assertivas. Ele gostava mesmo.     Odionta era decidida. Não daquele tipo mandona ou carrancuda, mas simplesmente suas decisões costumeiramente eram

Lamb (2021)

A utilidade dos filmes ruins 2.0 Narigadas, Islândia, Polônia, Suécia , 2021     Já faz bastante tempo que uso uma frase de efeito para tentar me fazer entender sobre um pouco do jeito que exerço a minha cinefilia, e ela explica um sentimento que me move pelo grande mundo do cinema: "um filme somente é bom ou ruim depois de você assisti-lo". Isso quer dizer que mesmo que alguém não indique algum filme, ou algum site ou especialista não classifique positivamente uma obra cinematográfica, ou que ainda o filme não esteja laureado por algum prêmio, mesmo assim se por algum motivo há algum interesse em assisti-lo, ele deve ser assistido.      Sim, assista.      Isso se deve ao fato de eu considerar que uma das coisas mais importantes para quem curte uma obra artística é o sentimento que este ato vai gerar na pessoa, e como saber qual é a condição da pessoa que vai assistir ao filme, considerando que este é um fator muito relevante para aceitação ou não? Enfim, resumidamente e como

Melhores Filmes 2023!

E o Brasil venceu! Novamente! O Acidente, Carvão e Raquel 1:1     O ano de 2023 foi um ano intenso!     Aqui neste blog nós assistimos a menos filmes do que esperávamos, mas a qualidade foi muito boa, e neste caso a quantidade se torna irrelevante.     Os melhores filmes foram 3 produções brasileiras, e a lista completa de todas as produções curtidas em 2023 segue abaixo, em ordem de preferência dos editores deste caderno de cinema.  Segue a lista em ordem de preferência! [5.0] Carvão , 2022, Argentina , Brasil [5.0] O Acidente, 2018, Brasil [5.0] Raquel 1:1, 2023, Brasil [5.0] Festa de Família, 1998, Dinamarca , Suécia [5.0] A Última Rainha , 2023, França , Argélia , Arabia Saudita, Taiwan , Catar [5.0] Lámen Shop, 2018, Cingapura , Japão, França [5.0] Mato Seco em Chamas, 2022, Brasil, Portugal [5.0] Retratos Fantasmas, 2022, Brasil [4.5] Disco Boy, 2022, França, Itália, Bélgica, Polônia [4.5] Homem Morto - Dead Man, 1995, EUA, Alemanha, Japão [4.5] Golda - A Mulher de Uma Nação , 20