Pular para o conteúdo principal

Filme (4.0): "Interestellar", EUA, 2014



Classificação: Quatro Narigadas!

Costumo gostar muito da simplicidade no cinema. Dois exemplos excelentes foram as cinco narigadas do "As Quatro Voltas" e do "A Garota da Fábrica de Caixa de Fósforos", porém, as razões da classificação máxima deste "Interestellar" são outras. Outras mesmo.

Há muita elucubração sobre tudo a respeito deste obra. Destaques para as discussões sobre a veracidade das cenas e ações do filme que precisam de explicações através de teorias da física - quânticas, astronômicas, mecânicas, evolutivas, etc. Inclusive, Christopher Nolan - o megalomaníaco diretor do filme -, teve apoio do renomado físico Kip Thorne para ajudar a tornar o mais crível possível estas cenas tão difíceis de comprovação na prática. Se tudo é possível, poucos saberão ou terão tempo para ver as provas que poderão surgir na medida da evolução da nossa ciência, mas o fato é que Nolan construiu uma ideia que convence neste filme.



Além da dúvida em relação a veracidade dos efeitos físicos, muitos estão reclamando que tudo foi muito auto explicativo no filme, ou seja, cada evento foi verbalmente explicado pelos personagens. Na boa, talvez Stephen Hawking concorde com estas críticas.

O filme não foi concebido para ser cult para ser cultuado por poucos que supostamente tirariam cada um suas supostas conclusões. Não pelo menos na concepção das teorias físicas, daí razão para tanta explicação. O filme vai além em tudo, e talvez por isso possa não agradar a todos, devido a sua complexidade... Na verdade, não a complexidade que o deixa difícil de ser entendido, mas sim aquela que o torna mais profundo, com várias camadas, muitas além da ciência: da ciência com certeza, mas também na beleza do espaço sideral (mais apreciável nas salas IMAX), na simplicidade fisionômica de seus robôs, porém com interessantes regulagens das características humanas (ironia, humor), na relação familiar, na relação fraternal, no amor.


A discussão amor versus razão é tema do filme. Talvez até um tema central, no qual o piloto Cooper - interpretado pelo brilhante Matthew McConaughey - é muito motivado pelo amor a sua filha e família. Além do deslize (moral?) da cientista interpretada por  Anne Hathaway, que motivada por uma paixão, usa de um excelente argumento "amoroso" para justificar uma decisão racional. No fim, sinceramente julgo um erro usar a razão (o racional) para achar os possíveis erros que poderiam desqualificar um filme como este, pois obviamente não estamos vivendo neste planeta com o único objetivo de nos explicarmos, ou tentarmos buscar explicações racionais para justificar a nossa existência ou destino, mas sim para viver para viver, principalmente nos amando, tanto fraternalmente quanto apaixonadamente.


Abaixo encontrei uma linha do tempo que resume o roteiro do filme. É importante observá-la após assistir o filme, pois caso contrário poderá estragar a experiência de assisti-lo.

Interstellar explained in one simple timeline [Warning: SPOILERS]

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Simplesmente ser!

O Reencontro. Outro conto curto.     Novamente este caderno de cinema vai diversificar o seu conteúdo, e mais uma vez um conto curto é apresentado aqui no lugar de uma resenha cinematográfica, porém, desta vez ligeiramente diferente do conto anterior.     A proposta agora é que se faça a leitura do conto, e quando surgir na postagem o vídeo da música da Carminho, ela deve ser escutada com cuidado e atenção, para que depois a leitura se complete. Combinado feito, segue o texto, o conto curto. Litro era um rapaz ansioso. Tudo o que se dedicava a fazer era complexamente decidido por uma sequência confusa de pensamentos, e que não raramente resultavam em poucas ações efetivas. Contudo, ele gostava muito de algumas coisas, e para elas seu raciocínio era rápido e poucas vezes errava: nadar e viver naquela cidade onde nasceu eram as ações mais assertivas. Ele gostava mesmo.     Odionta era decidida. Não daquele tipo mandona ou carrancuda, mas simplesmente suas decisões costumeiramente eram

Lamb (2021)

A utilidade dos filmes ruins 2.0 Narigadas, Islândia, Polônia, Suécia , 2021     Já faz bastante tempo que uso uma frase de efeito para tentar me fazer entender sobre um pouco do jeito que exerço a minha cinefilia, e ela explica um sentimento que me move pelo grande mundo do cinema: "um filme somente é bom ou ruim depois de você assisti-lo". Isso quer dizer que mesmo que alguém não indique algum filme, ou algum site ou especialista não classifique positivamente uma obra cinematográfica, ou que ainda o filme não esteja laureado por algum prêmio, mesmo assim se por algum motivo há algum interesse em assisti-lo, ele deve ser assistido.      Sim, assista.      Isso se deve ao fato de eu considerar que uma das coisas mais importantes para quem curte uma obra artística é o sentimento que este ato vai gerar na pessoa, e como saber qual é a condição da pessoa que vai assistir ao filme, considerando que este é um fator muito relevante para aceitação ou não? Enfim, resumidamente e como

Melhores Filmes 2023!

E o Brasil venceu! Novamente! O Acidente, Carvão e Raquel 1:1     O ano de 2023 foi um ano intenso!     Aqui neste blog nós assistimos a menos filmes do que esperávamos, mas a qualidade foi muito boa, e neste caso a quantidade se torna irrelevante.     Os melhores filmes foram 3 produções brasileiras, e a lista completa de todas as produções curtidas em 2023 segue abaixo, em ordem de preferência dos editores deste caderno de cinema.  Segue a lista em ordem de preferência! [5.0] Carvão , 2022, Argentina , Brasil [5.0] O Acidente, 2018, Brasil [5.0] Raquel 1:1, 2023, Brasil [5.0] Festa de Família, 1998, Dinamarca , Suécia [5.0] A Última Rainha , 2023, França , Argélia , Arabia Saudita, Taiwan , Catar [5.0] Lámen Shop, 2018, Cingapura , Japão, França [5.0] Mato Seco em Chamas, 2022, Brasil, Portugal [5.0] Retratos Fantasmas, 2022, Brasil [4.5] Disco Boy, 2022, França, Itália, Bélgica, Polônia [4.5] Homem Morto - Dead Man, 1995, EUA, Alemanha, Japão [4.5] Golda - A Mulher de Uma Nação , 20