Filme (3.0): "Blue Jamine", EUA, 2013


   Quando vou ao cinema - ou assisto noutro lugar - os filmes de Woody Allen sempre vou com um pé atrás. Isso as vezes é muito bom, pois com uma baixa expectativa é sempre possível que eu me surpreenda. Assistindo "Blue Jasmine" me dei conta de que o sentimento inferiorizador ao filmes de WA existe por causa de um grande mérito destes filmes! Parece contraditório mas não é. Explicarei.

   Alguns diretores fundamentam suas produções em inovações tecnológicas, paisagens estonteantes ou ainda mirabolantes histórias, porém WA constrói seus filmes usando seus personagens. A fundação e sustentação de suas obras é puramente humana, ou seja, é a construção de seus personagens que seguram o filmes e, Blue Jasmine é completamente isso.

   Numa rápida análise de Cate Blanchett - a Jasmine - vemos uma mulher desesperada pela perda de sua vida construída até aquele momento (casamento, família, casa, convívio social, etc.), pela perda de sua plena sanidade mental e pelo reencontro de uma vida que a muito tinha deixado para trás: convívio com sua irmã mais nova.
Todo este contexto é muito bem explicado através dos flashbacks de Jasmine, misturados pela sua luta de tentar reencontrar o caminho de uma vida "normal", que, roda e roda e no fim não chega a lugar algum (!).


   O que me incomoda é que WA constrói tão bem um personagem perturbado com as coisas da vida, que acabamos nos envolvendo imensamente e, por fim, acabamos perturbando-nos também. 

   Duvida? Assista outros filmes de dele.



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