Filme (4.5): "Gritos e Sussurros", Suécia, 1972


Quando nos dispomos a fazer alguma coisa, normalmente se tem a vontade de conseguir terminá-lo ou pelo menos ir até um ponto satisfatório. Pois bem, quando comecei a assistir o filme, tinha a vontade de conseguir chegar até o fim, mesmo sabendo da dificuldade que tenho em me manter acordado nos introspectivos filmes do diretor sueco Ingmar Bergman e, felizmente consegui com exito e sem muito dificuldade.

Menciono estas observações pois o filme é tão introspectivo, que temos dificuldades para compreender aquilo que se passa, principalmente porque este "local" onde as coisas acontecem é no interior das pessoas - claro que suas ações são condizentes com aquilo que se passa introspectivamente - porém, há uma clara dificuldade para compreendermos o todo, o sentido de tudo...

No começo, imagina-se que a dor e o sofrimento da doente é o que mais incomoda, com seus gritos e sussurros terríveis, mas, com o passar do tempo o drama interior daquelas outras mulheres (as duas irmãs e a empregada) vai nos apunhalando a cada cena, e, quando o filme está por acabar, gira-se o punhal cravado em nossa mente e daí sim percebemos que toda aquela incomodação assola mais os outros personagens que a própria enferma... Felizmente, e isso foi extremamente surpreendente, a irmã doente "retorna" e nos faz crer que a vida faz sentido, que o essencial é aquilo que te conforta a mente, mesmo que efêmero. O punhal é retirado sem danos.

Em suma, uma tristeza compensada.

Vale o esforço de se ficar acordado.



Classificação: 4 Narigadas e meia!


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